Os termômetros marcavam 14 °C no Complexo Esportivo do Sesi, a temperatura fria afastou a torcida, mas nas arquibancadas era possível ver uns 300 abnegados, que em vez de acompanhar a Copa do Mundo no conforto e calor do lar, preferiram sentar nas cadeiras geladas e algumas molhadas do estádio, resquícios da chuva que caiu no fim de semana. Esta demonstração de alento poderia ser um sinal que a superação ia dar fim a um dado negativo da equipe do Metropolitano – exatamente há um ano o time não vence no Sesi. Claro, não foram tantas partidas assim, apenas duas, mas o tabu estava aí pra ser quebrado.

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A partida terminou empatada em 2 a 2, mas poderia ser diferente para ambos os lados. Desde o início muita disputa em campo, talvez pra afastar o frio ou a vontade de vencer que superava qualquer adversidade. Fato é que o Metropolitano começou quente, mas logo ganhou um balde de água fria. João Paulo, o camisa 10 do Almirante Barroso abriu o placar aos 10 minutos, com um chute despretensioso, que contou com a colaboração do goleiro Igor Koehler, do Metrô. Ele caiu atrasado e teve um leve desvio que contribuiu para o gol adversário.

A equipe da casa assimilou rápido o golpe e ensaiou uma pressão, mas sofria com os ataques do Almirante pelo lado direito da defesa do Metrô. A pressa de buscar o resultado era visível nos erros de passes cometidos e precipitações nas jogadas. O atacante Igor era o motor do ataque, pelo lado direito, mas o avanço do metropolitano gerava dor de cabeça na defesa, com o camisa nove do Almirante, Thiago Silva, que flutuava na última linha de ataque, obrigando os zagueiros do Metrô sair, com isso dando espaço para quem vinha de trás chegar com perigo.

Os jogadores entenderam que era preciso acertar o passe e ter paciência. Foi assim que aos 19 minutos, Diego Palhinha encontrou o Wayni livre na área, ele girou em cima do zagueiro e bateu no canto, mostrando que era possível furar a boa linha defensiva da equipe de Itajaí.

O empate deu coragem para o metrô, que quatro minutos depois, após cruzamento na área e saída de soco do goleiro Hudson, a bola sobrou pra Bruninho, que limpou a marcação e de canhota botou no cantinho, era a virada, que animou os tímidos torcedores que desconfiados acompanhavam a partida.

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Mas como aqueles enredos comuns no futebol, a equipe virou e relaxou. O Almirante notou e começou a investir no ataque, principalmente com Andrezinho, pelo lado direito de ataque. O goleiro Igor, quase tomou mais um gol de chuta de fora da área, mesmo com um desvio, ele se redimiu e fez a defesa em dois tempos, o lance mostrava que o metropolitano estava chamando o adversário para o jogo.

O Almirante não consegue criar muito e aproveita o recuo do Metrô pra alçar bola na área. As equipes preferem jogar e poucas faltas são feitas durante o primeiro tempo. O primeiro lance mais forte foi somente aos 39 minutos, o meia Andrezinho impede o ataca promissor do Metrô, com Igor. No lance, o jogador do Almirante puxa a camisa e Igor tenta de desvencilhar e acerta o rosto de Andrezinho. Resultado, os dois foram advertidos com cartão amarelo, neste momento os ânimos se exaltam.

O Almirante Barroso tenta uma pressão no fim do primeiro tempo, Diego Palhinha faz falta no bico da grande área e leva cartãoamarelo. Na cobrança a bola foi alçada na área e no bate rebate sai o gol de empate, o segundo de João Paulo. Mais uma vez um erro defensivo compromete o bom jogo do Metrô.

O segundo tempo começa com tudo, Metropolitano com Bruninho pela esquerda cria as melhoras jogadas, numa dessas ele avança, chuta cruzado e quase marca. Alguns erros após o primeiro empate permanecem, na segunda etapa. Os jogadores carregam muito a bola e erram passes que geram contra-ataque da equipe de Itajaí, mas nada com perigo. O goleiro do verdão do Vale não foi acionado nos primeiros 20 minutos da etapa final.

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Almirante e Metropolitano fazem alterações pra tentar mudar o panorama da partida, mas segue o Metrô em cima e o time de Itajaí administrando o empate, que à medida que passa o tempo, se torna um bom resultado. Aos 30 do segundo tempo se ouve algum burburinho na torcida, não é uma substituição e nem um lance de perigo. O gol do México contra a Alemanha era o motivo, a esta altura o jogo da Copa parecia mais interessante.

Ataques frustados de ambos os lados e alterações que não deram resultado. O bom primeiro tempo, se tornou apenas um lapso de bom futebol na etapa final. O 2 a 2 se manteve, os jogadores até tentaram, mas o tempo e a ineficiência ofensiva não deixou que o placar construído no primeiro tempo se alterasse. Agora resta ao Metropolitano buscar pontos que vem deixando em casa, fora, em Joinville contra o Fluminense. O Almirante Barroso encara o Juventus, quarta-feira, às 16h, no Estádio Camilo Mussi em Itajaí.