Encontrar recifenses que nunca andaram no metrô da capital pernambucana é fácil. Com apenas duas linhas, a Centro e a Sul, que não chegam a somar 40 quilômetros de extensão, o transporte não atende às regiões do Grande Recife. Para as Copas das Confederações e do Mundo, no entanto, o metrô é a aposta do governo para a mobilidade. O teste foi no jogo Náutico 1×1 Sporting, que inaugurou a valer a Arena Pernambuco – e o metrô rodou.
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– Levei duas horas e meia para chegar, peguei uma van até o metrô, depois desci do trem e tomei um ônibus até o estádio – descreveu Ricardo Campos, torcedor do Náutico que mora no centro da cidade.
Cerca de 20 mil torcedores como Ricardo – foram 26.803 no jogo – usaram ônibus ou o metrô, já que uso do carro estava restrito à imprensa e à organização. Embora a ida tenha sido complicada, as principais queixas foram na volta para casa. Assim que o árbitro apitou o fim da partida, torcedores correram para tomar os circulares. Amigos se desencontraram, já que não havia sinal de celular. A caminhada até os ônibus foi lenta, já que a área externa tinha pouca iluminação.
O secretário extraordinário da Copa em Pernambuco, Ricardo Leitão, reconheceu os problemas.
– Teremos de fortalecer a operação do metrô. Houve coincidência no horário entre trabalhadores que voltavam para casa e torcedores que vinham ao estádio – reconheceu Leitão.
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Segundo o secretário, o recifense tem de entender que os problemas de mobilidade do município não acabarão com as obras da Copa.
– Os engarrafamentos existem em vários pontos da cidade. É fato e o recifense tem de se acostumar e adaptar seus horários ao trânsito. Como a melhor maneira de chegar ao estádio é via metrô, estamos apostando nisso – completou.
Torcedor aprova novo estádio de Pernambuco
Entre acertos e necessidades de ajustes, a plateia aprovou o novíssimo estádio. Vista à noite, com a iluminação tecnologia EFTE, mesma da Allianz Arena, do Bayern de Munique, a Arena PE impressionou e ganhou elogios.
– Pensei que estava na Europa, nunca tinha visto um estádio tão bonito por dentro e por fora. E olhe que já fui a muito campo no Brasil -disse o funcionário público Gustavo Samuel.
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Diferente do primeiro evento-teste da Arena, na segunda (22), com a presença de Dilma Rousseff, este jogo serviu para avaliar melhor o estádio. Os corredores são grandes, espaçosos. As áreas de convivências e cadeiras também. Praticamente tudo é distinto quando comparado a outros estádios pernambucanos. Na área interna, a maior reclamação ficou por conta das longas filas nas lanchonetes, que tinham poucas opções de comida. Dentro das instalações, telões e acústica chamaram a atenção.
– Há 20 anos eu não vinha a um estádio de futebol por conta da violência. Mas esse aqui é coisa de outro mundo. Escuta-se muito bem o grito da torcida – afirmou o torcedor Gerson Júnior.
Rápida, a fase de testes da Arena terminou. O estádio será entregue hoje à Fifa, e a próxima partida, que deverá ter lotação completa (46 mil torcedores), será para valer, na Copa das Confederações, dia 16 de junho, entre Espanha e Uruguai. Embora impressione, a Arena Pernambuco precisa corrigir falhas. Deve melhorar o sinal da internet e de celular, colocar lixeiras em locais estratégicos e aperfeiçoar o serviço de bar e iluminação no entorno.
Do lado de fora, o maior desafio continua, este para o governo: superar o quebra-cabeça da mobilidade.
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