Há quem diga que jogo é jogo e treino é treino, mas nem sempre é bem assim. Ainda mais quando se fala de um confronto envolvendo Metropolitano e Brusque às vésperas do início do Campeonato Catarinense. Para se ter ideia a partida era tão, mas tão importante para ambas as equipes, que o comandante do 10º Batalhão de Polícia Militar, o tenente-coronel Jefferson Schmidt, foi escalado para apitar o jogo da tarde desta quarta-feira, no Estádio Guilherme Jensen, na Itoupava Central. Para o Metrô, o duelo ainda tinha ares um pouco diferentes, por ser a primeira oportunidade para o técnico Cesar Paulista avaliar os seus comandados a 11 dias do início do Estadual.
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Na cobertura do bar do Nestor, ponto de encontro da torcida, os mais diversos gritos podiam ser ouvidos, algo totalmente normal para um confronto com os ingredientes de um clássico. As pouco mais de 200 pessoas que acompanharam jogo e se amontoavam para fugir do sol buscavam ver pela primeira vez como está o time. E gostaram do que viram. Mesmo com empate em 0 a 0, uma salva de palmas marcou o apito final.
Dentro de campo, Cesar começou o jogo-treino com aqueles 11 que hoje seriam os titulares para o Catarinense. Sem poder contar com o atacante Mariano Trípodi – com suspeita de lesão no ligamento cruzado anterior do joelho direito – o treinador colocou entre os que começaram uma formação com três volantes, um meio-campo de armação e dois atacantes. E aprovou. A forte marcação e o fato de não deixar o adversário criar espaços foi o ponto que mais agradou o técnico do Metrô.
– Gostei principalmente do modo com que marcamos os jogadores adversários. Diminuímos o espaço e esse foi um ponto que me chamou a atenção positivamente – destaca.
No segundo tempo, enquanto o Brusque fez apenas quatro alterações, o Metropolitano mudou o time inteiro. Literalmente. Jogadores das categorias de base tiveram a chance de mostrar trabalho, seguraram a pressão e tiveram duas oportunidades para abrir o placar – uma com Jean Moser, que receber sozinho de frente para o goleiro, e outra com Mazinho, que acertou um forte chute com a perna esquerda que passou raspando.
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– Sempre digo para eles que não tem essa de dizer que “sou novo”. Eu comecei quando era novo com a camisa 10 do Juventus de São Paulo nas costas. Tem que estar pronto para entrar em campo, e isso eu senti neles – afirma Cesar. Jogadores como o lateral-esquerdo Rodolfo, o volante Teteco e o meia Beto foram os mais elogiados.
Do outro lado, o técnico Mauro Ovelha não se mostrou feliz com o desempenho de seus jogadores. Em entrevista coletiva ao fim do jogo elogiou o Metropolitano e garantiu que para o Brusque surpreender no Campeonato Catarinense precisará entrar mais atento.
– Foi válido enquanto um trabalho, que é a forma com a qual nós temos que analisar essa partida, mas minha avaliação é de que um time treinou e o outro jogou. Essa foi a verdade da partida. Nós precisamos manter a nossa cabeça no espírito da competição. Que sirva de aprendizado para nós. Temos que entrar muito mais concentrados – pondera.
Metrô busca dois atacantes
Nesta quinta-feira, às 8h30min, o atacante Mariano Trípodi fará uma ressonância para saber a gravidade da lesão sofrida no último sábado. O jogador já teve confirmado um problema no ligamento colateral medial do joelho direito e aguarda esse novo diagnóstico para saber se houve dano também no ligamento cruzado anterior. Se for confirmado, o argentino terá de passar por cirurgia e pode ficar afastado dos gramados por até oito meses.
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A possível perda do jogador para o Campeonato Catarinense acendeu a luz de alerta da diretoria e comissão técnica, que buscam agora não um, e sim dois atacantes para fechar o elenco. Conforme o técnico Cesar Paulista, o trabalho agora é em cima de encontrar esses atletas para encaixá-los no grupo a pouco mais de uma semana para o início do Estadual. Outra dificuldade do clube é quanto a jogos-treinos: sem conseguir encontrar adversários para confrontos, o time principal deve fazer partidas apenas contra o Sub-20 até a estreia contra o Tubarão, dia 29.
METROPOLITANO 0
Vilar (Régis); Maranhão (Willian Duarte), Maurício (Junior Fell), Elton (Paulo Vitor) e Juninho (Rodolfo); Carrasco (Cláudio Vitor), Elber (Teteco), Valkennedy (Mazinho) e Thiago Cristian (Beto); Charles (Jean Moser) e Sabiá (Alemão).
BRUSQUE 0
Rodolpho (Dida); Carlos Alberto, Cleyton, Gustavo (Neguete) e Mineiro; Willian (Eduardo), Pedrinho (Boquita), Diogo Roque (Baianinho) e Michel Douglas; Eliomar (Luiz Renan) e Leílson (Di Maria).