Meteorologistas alertam para novo risco de chuva no fim de semana em Santa Catarina

Mesmo depois de cinco dias com predomínio de tempo seco no Norte do Estado, o número de cidades atingidas continua a crescer. Até essa sexta-feira de manhã, 42 cidades haviam registrado estragos, 30 delas decretaram situação de emergência e duas estado de calamidade pública.

Ao total, mais de 400 mil pessoas foram prejudicadas pelas chuvas do final de semana, 28 se feriram e duas mortes acorreram, uma em Mafra e outra em Guaramirim.

>> Leia mais: Enchente registra primeira morte no Norte de Santa Catarina

Os números causam preocupação quando vemos que os meteorologistas alertam a população catarinense para um novo fim de semana de chuvas. Os volumes esperados não serão tão altos quanto o do último, mas o nível dos rios e o solo encharcado nas áreas atingidas inspiram cuidados, avisam.

A chegada de uma nova frente fria que se forma entre o Uruguai e o Rio Grande do Sul já atua em Santa Catarina no Extremo Oeste e deve atingir Oeste, Serra e Sul antes da noite desta sexta-feira. Há risco de chuva forte nessas regiões, conforme previsão do meteorologista Leandro Puchalski.

De acordo com o meteorologista do Ciram Epagri Erikson de Oliveira, são esperados, até a madrugada de domingo, acumulados de até 150 milímetros para o Oeste.

– A região não é tão suscetível quanto o Vale para enchentes. Não é uma situação de emergência, mas exige atenção. A chuva pode ser forte por períodos pequenos e há chance de deslizamentos – explica Erikson.

Na madruga e manhã de sábado a chuva passa a atingir todas as regiões do Estado, inclusive as atingidas pelas enchentes. Os acumulados previstos pelo Ciram/Epagri para o Vale do Itají e para o Planalto Norte são de 50mm.

:: Lentidão no escoamento das águas

Nove dos rios das bacias do Rio Itajaí e do Rio Canoas, monitoradas pelo Ciram/Epagri, estavam acima do normal na manhã desta sexta-feira. A Defesa Civil acompanha de perto a situação para que não ocorram maiores problemas na região e para que o nível dos rios seja controlado.

Mesmo sem volumes significativos de chuva nos últimos dias, o nível de água segue alto e preocupa a população do Vale.

– A lentidão (no escoamento) é normal pelo Rio Iguaçu ser um de planalto, com declividade muito baixa em algumas regiões. O fundo do rio é mais plano e isso faz com que as águas fiquem armazenadas – explica Guilherme Miranda, hidrólogo coordenador da sala de situação da Agência Nacional de Águas / Epagri.