O tema metaverso e tudo que está ligado a ele, como as NFTs, divide opiniões. Há quem diga que o “hype” já passou — a exemplo disso, a Meta (antigo Facebook) registrou prejuízo de US$ 12 bilhões na divisão da empresa que desenvolve o metaverso. Mas se foi só uma euforia, por que ainda estamos falando disso? O tema ganhou destaque no RD Summit 2022, já que várias marcas estão ganhando dinheiro com essas tecnologias, e a verdade é: ninguém quer ficar pra trás.
Continua depois da publicidade
Receba notícias do DC via Telegram
A autora best-seller e referência em estratégias digitais de negócios, Martha Gabriel, abriu o segundo dia do evento falando exatamente sobre isso: metaverso e NFTs non-fungible token (token não fungível, em português). Ela destacou cinco casos em que empresas já estão usando o ambiente virtual: Marketing, educação para funcionários, encontros sociais, eventos e design de produto.
Em reportagem especial, o NSC Total mostrou como empresas de Santa Catarina estão utilizando a tecnologia nas mais diversas áreas.
Entenda como funciona o metaverso
Metaverso não é novo
As possibilidades do metaverso já são exploradas desde 2003, na plataforma americana Second Life. Grandes marcas, como Bradesco e Coca-Cola, inclusive promoveram ações no ambiente virtual. É claro que hoje, as possibilidades de monetização estão muito mais evoluídas, mas esses cases mostram como o tema vai além do hype criado pela Meta, no final de 2021.
Continua depois da publicidade
— Metaverso não se resume às experiências de realidade virtual e realidade aumentada, e não se resume à empresa Meta […] Esse assunto é transversal a qualquer tipo de profissão — destacou Luiz Gustavo Pacete, editor na MMA Latam e na Forbes, em sua palestra no RD Summit.
Algumas possibilidades do metaverso foram citadas pelo CEO da Zygon-Adtech, Lucas Reis, como a de potencializar a experimentação, principalmente para empresas do varejo. Clientes podem experimentar as peças de uma loja de roupa, por exemplo, quando não há possibilidade de visitar o local físico. A realidade aumentada também permite simular como um objeto de decoração, eletrodoméstico, entre outros, ficaria na sua casa.
Outra possibilidade é a comercialização de produtos para serem utilizados exclusivamente no universo digital. Esse é um mercado bem maduro já, principalmente nos games. O CEO da Zygon destacou que a NFT é a melhor forma para criar comunidade e monetização do metaverso.
Casos recentes de vendas de NFTs por valores milionários chamaram a atenção. Neste mês, Romário lançou uma galeria virtual com NFTs de itens pessoais e momentos marcantes na carreira do ex-atacante. O lançamento ocorreu em Florianópolis.
Continua depois da publicidade
Web 3 e DAOs
Metaverso e NFTs fazem parte de um movimento que está acontecendo e, aos poucos, amadurecendo: a Web 3. Em resumo, vivemos atualmente na Web 2, que permite muito mais interação do que a Web 1 — quando as pessoas só tinham acesso a internet, mas não produziam conteúdos.
No entanto, na Web 2, o que vemos é um poder concentrado nas chamadas “gigantes da internet” (Apple, Google, Facebook e Amazon). Por exemplo, as informações dos seus seguidores no Instagram, não são suas, elas são da plataforma.
Na Web 3, o poder seria descentralizado. A tendência é de que as “donas” dos mundos no metaverso sejam as Organizações Autônomas Descentralizadas (DAOs).
Uma DAO é quando muitas pessoas se juntam para criar uma empresa, por exemplo. Para fazer parte dessa companhia, cada um paga um determinado valor (em forma de moedas digitais) e recebe um token (registro digital). Ele trabalha então em troca de mais participação/tokens para a construção em comunidade. A governança e decisões são votadas entre todos.
Continua depois da publicidade
Além da web 1, 2 e 3, existe ainda a 4, o que muitos especialistas dizem ser uma extensão da web 3. Trata-se da era da inteligência artificial, com intensificação da interação entre máquinas e humanos, exploração da comunicação sem fio e aparelhos funcionando em rede, o que chamamos de “internet das coisas”.
O futuro da internet?
Ao entender que o metaverso e as NFTs fazem parte de um movimento global muito maior, talvez fique mais fácil ver essas tecnologias menos como um hype e sim como uma possibilidade de mudar a internet que vivemos, com liberdade a usuários e empreendedores que têm negócios digitais e menos concentração de poder nas mãos de grandes empresas.
Leia também
RD Summit: como evento foi de 300 a 11 mil participantes em dez anos e se tornou um sucesso
RD anuncia parceria com WhatsApp e integração com TALLOS de olho em pequenas empresas
Com CentroSul no limite, RD Summit tem futuro indefinido em Florianópolis