O prazo de 180 dias para votação do plano de recuperação judicial da metalúrgica Duque termina nesta quinta-feira e a empresa protocolou pedido de prorrogação do prazo para suspensão das execuções na 6ª Vara Cível de Joinville.

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O objetivo é ganhar tempo até conseguir o consenso entre os credores ao aditivo que modifica parte do plano.

A empresa quer marcar a data da assembleia geral dos credores para a segunda quinzena de outubro. Até o final da manhã desta quarta-feira, ainda não havia uma decisão da Justiça sobre o tema.

Nesta segunda-feira, a Duque também demitiu 154 funcionários, informou o Sindicato dos Mecânicos de Joinville. A empresa já chegou a empregar mais de 1 mil funcionários antes da crise. Permanecem apenas 190 trabalhadores.

Cenário

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A cada dia torna-se mais difícil para metalúrgica Duque colocar em prática o plano de retomada das atividades. Parada desde novembro do ano passado, a empresa negocia com clientes e fornecedores para voltar a operar ainda em agosto.

Só que o sucesso do projeto depende da produção de aramados para indústria de eletrodomésticos – um dos setores afetados pela retração da economia no segundo semestre, informou o consultor da Value Consultoria, Magnus Carvalho do Couto, que representa a Duque nas negociações.

Nenhuma empresa assinou contrato com a metalúrgica até agora, embora as partes já tenham discutido o cronograma mensal de pedidos, diz Couto. Segundo ele, o fornecimento de matéria-prima está fechado, mas só ocorrerá quando os pedidos por parte das indústrias se confirmarem.

A Duque não revela o nome dos clientes com quem negocia, mas a desaceleração da economia já impacta o setor de linha branca, conforme manifestações recentes das indústrias.

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No final de julho, o presidente da Whirlpool Latin America, João Carlos Brega, disse aos empresários de Joinville que a venda de geladeiras caiu 10% e a de lavadoras recuou 15% no segundo trimestre e que isto já era esperado em virtude da Copa do Mundo. A expectativa do executivo, depois da Copa, era de recuperação.

Na última sexta-feira, também o vice-presidente de relações institucionais e sustentabilidade da Whirlpool América Latina, Armando Valle, informou ao jornal Valor Econômico que a empresa estuda a possibilidade de decretar férias coletivas em uma das unidades para adequação de estoques.

O executivo referia-se à unidade de Rio Claro (SP), segundo a empresa. A Whirlpool já havia concedido férias em junho para um terço dos funcionários do País, mesmo movimento adotado por outra grande do setor, a Electrolux, segundo o jornal.