Desde a saída do PMDB do governo no início desta semana, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), vem reiterando as críticas às negociações de cargos que estão sendo feitas nos bastidores pela presidente Dilma Rousseff para formar uma nova base aliada.

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Nesta sexta-feira, Cunha disse que “o governo está fazendo uma luta insana de tentar fazer cooptação” com os parlamentares para atingir o número de votos para barrar o processo de impeachment na Casa. Dilma precisa de 172 deputados.

— Se por acaso o governo conseguir evitar a abertura do processo de impeachment, ele vai ter que governar no outro dia, e não vai governar com esse número — disse Cunha.

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O parlamentar acredita que mesmo que o governo consiga fazer uma repactuação até o dia da votação, depois teria que fazer novos acordos para garantir a governabilidade.

— Até podem fingir que vão dar qualquer coisa agora, podem até dar, mas depois vão tirar — avaliou.

Cunha disse ainda que “o correto” seria enfrentar esse processo sem negociações, de acordo com os posicionamentos de cada um. O peemedebista relatou que o governo tem procurado parlamentares dizendo que eles não precisam comparecer na votação do impeachment. O objetivo seria evitar uma posição impopular na mídia.

—Para mim, não comparecer seria a mesma coisa que votar. Vai ser uma guerra política que vai ser travada e a punição para os que não vierem será política — completou.

O presidente da Câmara também criticou os atos contrários ao impeachment desta quinta-feira, que classificou como “manifestação da mortadela”.

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— O PT pedindo “Fora, Cunha” só me honra — provocou o peemedebista.

— Dilma usa a estrutura pública para fazer atos políticos e fazer campanha — acrescentou.

Sobre o anúncio do relator da comissão especial do impeachment, Jovair Arantes (PDT-GO), de que deve adiantar a entrega de sua análise em dois dias, Cunha disse “a tramitação está clara”.

Para ele, independente do prazo de votação do relatório final, a votação em plenário ocorrerá depois de contado um prazo de 96 horas.

— Quando a comissão acabar a votação, o relatório vai ser lido em plenário na sessão extraordinária seguinte, depois vai ser publicado e 48 horas depois ele entra. Seja o dia que cair, deve levar três dias. Será na sequência — explicou.

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