Para o advogado e professor de Direito Constitucional da Cesusc, Samuel Martins, a discussão entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, representa um grande prejuízo à sociedade brasileira, por se tratar de uma relação conflituosa entre dois representantes de instituições e de questões de grande importância para o país.

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Ao reclamar sobre a atuação da OAB na investigação do caso de Adélio Bispo, autor do atentado à faca do qual foi alvo, Bolsonaro disse que poderia explicar ao presidente da OAB como o pai dele desapareceu durante a ditadura militar. A declaração causou repercussão no país.

— A situação é obviamente preocupante. Não há o que se comemorar em relação a isso, porque são autoridades desse nível de importância que não conseguem manter relações institucionais — diz Martins.

Segundo o professor, a conduta de nenhum dos representantes é a ideal ou esperada, porém há uma dose "mais violenta" por parte do presidente da República, ao avaliar o ataque feito por Bolsonaro em relação ao pai de Felipe, Fernando Santa Cruz, que desapareceu na ditadura militar.

— Mesmo nas guerras, os mortos são objeto de respeito. Existe na história da humanidade um consenso básico de respeito às mortes. É aquilo que, no âmbito do direito internacional, é chamado de direito humanitário — enfatiza o professor.

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Martins chama atenção para o posicionamento público dos envolvidos e alerta que, enquanto autoridades, deveriam ser "exemplos de como agir, de como trabalhar com as diferenças que existem na ordem da humanidade".

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