Ana Borges não deixou de comprar presentes de Natal esse ano. A cozinheira de 56 anos aproveitou as férias e usou a semana que antecede o dia 25 para ir à Rua XV de Novembro e assumir o papel de Mamãe Noel. Equilibrando embrulhos de presente no colo, ela conta que comprou presentes para a família e aos mais chegados, mas os chama de lembranças.
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– Tem que economizar, né? Não deixei de comprar, mas escolhi as opções mais baratas para gastar menos esse ano.
Ela é um bom exemplo do comportamento do blumenauense nesta reta final de ano, ao menos segundo as análises de entidades como a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), que está vendo no consumidor um movimento de não reduzir na quantidade dos presentes, mas sim no valor de cada um.
Por pior que seja a crise e o aperto no bolso, a expectativa é de que as vendas de Natal no comércio de Blumenau sejam, pelo menos, iguais às do ano passado.
– A maior expectativa é nessa última semana antes do Natal. Não é só a crise, a tradição de dar presentes mesmo vem diminuindo, mas quando chega perto da data todo o clima, propagandas e tudo mais estimulam as pessoas a procurarem alguma lembrança. A maior parte das vendas de Natal acumula na última semana, então esperamos até ultrapassar o número do ano passado – avalia o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Blumenau (Sindilojas), Emílio Schramm.
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Na lista de compras, os itens mais procurados ainda são as roupas e os brinquedos. O que parece mudar é o local em que o consumidor os busca, dando mais espaço às lojas de bairros em vez do Centro. Seja por comodidade, proximidade, atendimento ou preço, as lojas disputam os clientes pelos diferenciais:
– O lojista tem que dar a volta por cima, achar algum diferencial. Um melhor atendimento ou condições de pagamento acessíveis, às vezes, valem mais do que o preço – diz Schramm.
De olho nos direitos
do consumidor
Por mais próximo que seja o amigo, colega ou parente, é sempre um desafio acertar no presente. Por isso, vale fazer a compra já pensando na possibilidade de troca que o presenteado talvez precise fazer.
Uma das dicas do Procon é, logo na hora da compra, avisar o vendedor que se trata de um presente e se informar sobre as condições de troca da loja, além de pedir que essa instrução esteja presente na nota fiscal.
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– Cada estabelecimento tem a sua política de trocas, com prazos definidos e etc. Alguns dão dois dias, cinco, sete… A única obrigação por lei é quando o produto tem algum defeito, então o vendedor tem 30 dias para corrigir, fazer a troca ou devolver o dinheiro. Há também o entendimento dos itens essenciais, como geladeira, fogão e máquina de lavar, que a loja precisa trocar imediatamente – explica o coordenador do Procon de Blumenau, Rodrigo Estevão.
Vale lembrar também que as compras pela internet, cada vez mais comuns no lugar da ida à loja física, dão a chance de arrependimento ao comprador. Sem precisar dar justificativas, você pode pedir o seu dinheiro de volta ou realizar a troca em até sete dias após a data de entrega do item. E por falar em internet, não esqueça de checar a procedência do site:
– É bom evitar sites desconhecidos, checar o nome da loja no Google e em sites como o ReclameAqui e o Consumidor.gov.br, onde as empresas têm até 10 dias para responder às questões dos consumidores – destaca Estevão.