Em um ano no qual o preço dos imóveis caiu no país, Florianópolis teve a segunda maior alta de 20 cidades pesquisadas. O índice FipeZap – que acompanha o preço de venda de imóveis residenciais – encerrou 2017 com queda nominal dos preços de 0,53% na comparação com 2016. Foi o primeiro recuo nominal em dez anos. Considerando-se a inflação (IPCA) estimada para 2017, de 2,78%, houve queda real de 3,23% no preço de venda de imóveis residenciais.
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Mesmo assim, Florianópolis apresentou alta, e acima da infação: as casas e apartamentos à venda ficaram 4,34% mais caros na Capital, o segundo maior crescimento do país, atrás apenas de Belo Horizonte (4,77%). Na prática, um apartamento que valia R$ 300 mil ao final de 2016, em dezembro do ano passado estaria valendo R$ 313.140 levando-se em conta a média dos aumentos.
Para o vice-presidente do Sindicato da Habitação (Secovi) de Florianópolis, Lucas Madalosso, as restrições no plano diretor em 2014 e a não aprovação do novo plano fizeram com que houvesse menos lançamentos na cidade, reduzindo a oferta e consequentemente aumentando o preço. Além disso, diz, a grande procura de pessoas de outros Estados contribui para encarecer o metro quadrado na Capital:
— Florianópolis continua sendo uma cidade muito visada por paulistas, cariocas, gaúchos, e isso faz com que tenha mais procura e aumentem os preços – explica Madalosso.
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Segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que elabora o indicador, o dinamismo da economia local também ajuda a explicar o preço dos imóveis em cada cidade. Indíces como o de desemprego influenciam nos valores. Assim, o Rio de Janeiro, que vive uma grave crise econômica, teve a maior queda do país (-4,45%). Por outro lado, Santa Catarina está entre os Estados menos afetados pela recessão e tem o menor índice de desemprego do país.
A capital catarinense tinha em dezembro o quinto maior preço por metro quadrado no país, de R$ 6.853, atrás de Rio de Janeiro, São Paulo, Distrito Federal e Niterói. Jurerê e centro eram os bairros mais caros da Capital no último mês. Já Rio Vermelho e Vargem do Bom Jesus apareciam como os mais baratos em dezembro.
Individualmente, 13 das 20 cidades pesquisadas apresentaram recuo nominal no preço de venda no último ano. Além do Rio, aparecem na dianteira das quedas Niterói (-3,43%) e Fortaleza (-3,35%). Entre as que tiveram incremento, Belo Horizonte Florianópolis foram as únicas com aumentos acima da inflação.
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Queda real foi maior em 2016
Levando-se em conta a inflação, a queda real nos preços nacionais de 2017 foi menor do que a registrada em 2016. Naquele ano, o índice subiu 0,57% e o IPCA variou 6,29% – ou seja, a queda real foi de 5,38%, mais de dois pontos percentuais acima da queda real esperada para 2017 (+3,23%).
Veja os bairros mais caros e mais baratos da Capital em dezembro (preço do metro quadrado para venda):
Jurerê Internacional – R$ 9.960
Jurerê – R$ 8.345
Agronômica – R$ 8.322
Centro – R$ 7.919
Campeche – R$ 7.269
Capoeiras – R$ 4.310
Carianos – R$ 4.214
Ingleses – R$ 4.213
Vargem do Bom Jesus – R$ 3.705
Rio Vermelho – R$ 2.180
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