As maiores cidades do Norte de Santa Catarina não conseguiram bater a meta de 95% de crianças com até 5 anos de idade vacinadas. A Campanha Nacional de Vacinação contra a poliomielite terminou no dia 30 de setembro.

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Segundo o Ministério da Saúde, de todos os municípios do Estado, Jaraguá do Sul, Joinville e São Francisco do Sul estão entre os piores índices de cobertura da campanha de vacinação, com 59%, 68% e 61%, respectivamente. Além disso, São Bento do Sul possui 81% da população-alvo de crianças vacinadas. Araquari, 92%, e Mafra, 87%, têm os melhores números da região.

A prorrogação da Campanha Nacional tinha como objetivo tentar melhorar os números de pessoas vacinadas, já que o Estado estava abaixo da meta de vacinação em 2022. Porém, Santa Catarina continua abaixo, com 82% dos vacinados na campanha. Mesmo assim, SC é o terceiro estado do Brasil que mais vacinou contra a paralisia infantil na campanha.

Em entrevista à CBN Joinville, o médico pneumologista e doutor em saúde, Tiago Neves Veras, afirmou que, para ele, a desconfiança gerada nas vacinas como um todo, faz com que as pessoas fiquem em dúvidas com a imunização:

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— A desconfiança gerada nas vacinas como um todo, faz com que as pessoas fiquem em dúvidas de vacinar.

O público-alvo são crianças de um ano a menores de cinco anos. As crianças menores de um ano devem tomar a Vacina Inativada Poliomielite (VIP), conforme o calendário.

Em duas semanas de campanha prorrogada, com direito a dia de drive-thru de vacinação, promovido pela Secretaria Municipal de Saúde, Joinville pulou de 37% para 68%. Contudo, a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde é de 95%.

Durante todo o ano, para as crianças dentro do calendário vacinal, são aplicadas as vacinas contra a poliomielite nas unidades básicas de saúde. Por isso, os pais que não vacinaram os filhos durante a campanha, ainda têm a chance de imunizar os pequenos.

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O vírus da poliomielite selvagem foi considerado erradicado no Brasil em 1994, mas não no resto do mundo. Por isso, é tão importante a vacinação.

Reportagem Especial: Sobreviventes da Pólio

Caso suspeito

Nas últimas semanas, uma criança de três anos, moradora de Santo Antônio do Tauá (PA), foi hospitalizada com sintomas de paralisia. O menino teve febre, dores musculares e redução da capacidade motora das pernas.

No entanto, após investigações, o Ministério da Saúde descartou, nesta sexta-feira (7/10), a ocorrência de caso de poliomielite no Pará.

Em exame, foi detectado o vírus Sabin Like 3, que é um dos componentes da vacina, não se tratando do pólio vírus selvagem.

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Pedido negado

Na última segunda-feira (3), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou, pela terceira vez, o pedido de pronunciamento do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para alavancar a campanha de vacinação contra a poliomielite em cadeia nacional de rádio e televisão.

Segundo o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, apesar do tema ser educativo e informativo, não é necessária a aparição de Queiroga.

A Lei das Eleições restringe as publicidades do governo durante o período de campanha. Por isso, nesse período, é necessário que o governo peça ao TSE para veicular propagandas.

Poliomielite

A poliomielite, ou paralisia infantil, é uma doença infectocontagiosa aguda, causada por um vírus que vive no intestino, denominado poliovírus. Embora ocorra com maior frequência em crianças menores de quatro anos, também pode atingir adultos. Em casos graves, pode causar paralisia nos membros inferiores.

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Não há tratamento específico para a doença, a vacinação é a única forma de prevenção, por isso, é feita em dois formatos no Brasil: injetável e em gotas.

Aos 2, 4 e 6 meses de idade, a primeira dose com vacina inativada é injetável. Aos 15 meses, há o primeiro reforço com a vacina oral (duas gotinhas). Aos 4 anos, o segundo reforço, também em gotas.

*Sob supervisão de Lucas Paraizo

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