Tudo igual nas praias de São Francisco do Sul, no Litoral Norte de Santa Catarina, um dia após a decisão da Justiça Federal de interditar toda a orla da cidade por causa do vazamento de óleo da barcaça que tombou na noite de 30 de janeiro, quando entrava no terminal portuário. A decisão atinge também todas as praias de Itapoá.

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A proibição de surfar, nadar, mergulhar ou tomar banho de mar foi ignorada por vários banhistas. As placas sinalizando a proibição ainda não haviam sido colocadas a cada 200 metros pela empresa Norsul, dona da embarcação, como decidiu o juiz federal Roberto Fernandes Júnior.

O sol forte levou muita gente, ainda de férias, para a beira das praias em São Francisco do Sul. Na Prainha, tradicional reduto de surfistas, mesmo com poucas ondas, vários esportistas estavam na água. Ninguém deu muita importância para o impedimento. Muita gente aproveitou para dar uma corrida na areia e aproveitar o calor e o mar claro para dar um mergulho.

A constatação de que muitas pessoas ignoraram a decisão parte também do princípio da falta de comunicação. A Justiça ordenou que as placas com os dizeres “Praia interditada pela Justiça Federal” deverão ser instaladas num prazo de 48 horas, que expira nesta sexta-feira.

A empresa Norsul é a responsável por essa sinalização e já está providenciando a confecção de aproximadamente 400 placas.

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A decisão da Justiça Federal pegou autoridades da cidade e veranistas de surpresa. O juiz Roberto Fernandes Júnior argumenta, em sua decisão liminar, que a interdição ocorreu pelo fato de os órgãos ambientais e as Prefeituras não realizarem análise da água das praias que foram atingidas pelo óleo da barcaça. Um laudo apresentado pela Fatma, Ibama e Prefeitura de São Francisco não esclarece sobre a necessidade ou não da interdição das praias.

O que mais se vê nas praias de São Francisco do Sul são homens contratados pela Norsul para monitorar se ainda há vestígios de óleo no mar e na areia. São 140 pessoas fazendo este trabalho. Um dos funcionários disse que manchas na água e areia reduziram, mas nos costões ainda se vê borrões de óleo nas pedras.