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Um galpão com dois aviões de pequeno porte. Uma pequena fileira de cadeiras vazias e empoeiradas denuncia que há algum tempo ninguém senta ali. Encostado na parede, sem uso, está o detector de metais. Esta é a sala de embarque do Aeroporto Regional de Blumenau, o Quero-Quero, que não tem voos comerciais.

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Desde 1991 sob o controle da prefeitura, a estrutura consome R$ 25 mil mensais – R$ 300 mil por ano. Os gastos saem das contas do Serviço Autônomo de Trânsito e Transportes (Seterb). São R$ 16 mil por mês com a folha de pagamento dos 10 funcionários (um comissionado e nove concursados) e R$ 6 mil com o aluguel do galpão. Os investimentos feitos em 2010 chegam a mais R$ 60 mil.

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O movimento na pista não acompanha a soma. Dos 14,7 mil pousos e decolagens feitos ano passado, 72% eram do Aeroclube de Blumenau, que não paga taxas ao município. Dos demais voos, 2% foram táxis e 26% aviões particulares e de carga.

A TAM operou voos entre 1995 e 1998. As companhias OBA, Ocean Air, Air Minas e NHT tentaram operar voos comerciais, nos últimos 10 anos, mas não deu certo.

O único voo comercial regular recente, de cargas, foi suspenso em outubro por falta de iluminação para operações noturnas. O presidente do Seterb, Rudolf Clebsch, admite que as coisas não estão no ritmo ideal.

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– Estamos trabalhando para implantar uma operação comercial, o que é fundamental para atrair investimentos – avalia.

Interesse em reativar

Tanto na prefeitura quanto no setor empresarial não faltam interessados na reativação dos voos. Uma comissão trabalha no assunto desde o ano passado, mas os próprios integrantes estão irritados com a lentidão.

Hans Dieter Didjurgeit, represente da Associação Comercial e Industrial de Blumenau (Acib) na comissão, afirma que o trabalho mais difícil é sensibilizar os envolvidos sobre a importância do aeroporto.

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– Um aeroporto traz desenvolvimento. Mas às vezes é difícil fazer todos compreenderem isso – lamenta.

Marcos Döring, engenheiro concursado pelo Seterb e que assumiu a gestão de segurança operacional do aeroporto, garante que o trabalho iniciado há dois anos e meio vem ganhando atenção da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Só este ano houve mudanças estruturais no terminal, com aperfeiçoamento de pessoal, compra de biruta – a antiga estava fora das normas -, cerca no pátio de manobras, identificação do terminal de passageiros, manutenção e pintura de sinalização horizontal. Parte dos investimentos veio do Estado e da União.

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