A indústria automobilística brasileira não parou nenhum projeto de plataforma de novos produtos a serem lançados entre 2022 e 2025. A informação é do diretor da Schulz, Bruno Salmeron, em recente “live” sobre “Comércio exterior na indústria automotiva”, promovida pelo núcleo de negócios internacionais da Associação Empresarial de Joinville. A Schulz é um dos mais importantes fornecedores de autopeças para diferentes segmentos da indústria automotiva, tanto nacional como internacionalmente.
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Sem dúvida, este é um fato positivo, já que indica otimismo para o futuro, exatamente num setor bastante competitivo e com cadeia produtiva de cauda longa e geradora de muitos empregos — e, atualmente, enfrentando grave crise de vendas por causa da retração de mercados.
Para além de aspectos de câmbio e de qualificação de profissionais de processos produtivos competitivos, — assuntos também tratados no encontro, — Salmeron enxerga cenário favorável adiante.
— O Brasil está defasado há dez anos na produção de caminhões. A projeção para este ano é de produção 90 mil unidades; a capacidade produtiva é para 350 mil/ano.
Um dos fatores mais preocupantes da indústria automotiva é com o necessário distanciamento social por causa do Coronavírus. As linhas de produção, em muitos casos, não permite distanciamento adequado.
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A crise agigantou-se em abril: a produção de carros caiu 99%; e a de caminhões 95%. O Brasil produziu 403 caminhões em abril, a capacidade instalada é para 9 mil. No contexto da frota de carros utilizados por motoristas de aplicativos, bem mais que a metade dos motoristas já devolveram os veículos às locadoras.
Neste ambiente, as decisões que o governo do Estado de São Paulo tomar no regramento de combate à doença e para a retomada das atividade econômicas em geral, terá impacto grande. A cadeia de fornecimento das companhias automotivas situadas no ABCD paulista representa 38% do total de autopeças fabricadas no país.
Salmeron ainda destaca a importância do agronegócio para o setor automotivo nacional: 72% dos caminhões que rodam pelas estradas atendem demandas do agro.
Mas há desafios a serem superados no campo. Principalmente em tecnologias, que já chegaram há tempo nos espaços urbanos. O exemplo mais claro: nas áreas rurais apenas 28% têm conexão com a internet, certamente um elemento a dificultar a integração dos agricultores ao mundo contemporâneo da ultra velocidade das relações comerciais.
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Estamos no início de um longo processo de transição do carro movido a combustão para o carro elétrico. O executivo da Schulz afirma que daqui a quase 20 anos, em 2038, o Brasil terá apenas 10% dos carros rodando com tecnologia 100% elétrica. Antes, o mercado brasileiro vai apostar em veículos híbridos.
Da live também participaram a gerente de vendas do mercado americano da Tupy, Mariana de Andrade; e, como mediador, Arnaldo T. O. Shimomaebara, customs manager do BMW Group.