Ela disse que vai parar, mas não dá para confiar muito nessa ideia. Por mais que Nana Caymmi – 71 anos da idade e mais de 50 de carreira – se queixe das dificuldades que surgem nas viagens pelo país (e pelo mundo), a força e a cumplicidade que ela tem com o palco, com a música, não será desfeita facilmente.
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Comprovação disso é a apresentação que ela faz nesta quinta-feira, no Teatro Governador Ivo Campos, em Florianópolis. Ao que parece, a cantora vem para a Capital meio ressabiada. Tem vindo à Santa Catarina com frequência, mas há um bom tempo não se apresenta na Ilha. Costuma ser festejada em Itajaí – esteve na última vez lá em abril, como atração da programação cultural da Volvo Ocean Race, com os irmãos Danilo e Dori Caymmi.
– Tenho um grande amigo lá, o (empresário) Guto Dalçoquio, que sempre me leva de volta para Itajaí. Sou muito bem recebida. Em Florianópolis, fazia tempo que não me convidavam para voltar – afirma ela.
Ela vem num momento de polêmica. Há dois meses, anunciou que ia parar de cantar, e se fixar em Pequeri, pequena cidade mineira de sua mãe. Depois explicou que não era parar, parar de vez – em 2012 ainda há agenda, e ano que vem começa com os irmãos o projeto que vai comemorar o centenário do pai, Dorival Caymmi, em 2014. Mas Nana confirma que a ideia é diminuir o volume de trabalho.
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O ritmo intenso de viagens, os voos, os check-ins e check-outs em hotéis, fazer e desfazer malas, e até mesmo a necessidade de manter sua equipe estão pesando na decisão.
– Nunca parei de trabalhar, mas trabalho menos. Viajar não é mais uma coisa agradável. Avião não é mais confortável, não há mais alimentação a bordo. Não é mais algo prazeroso. Essa nova classe média que criaram não é a minha – alfineta a cantora.
Vale o aviso de que, já que está difícil ver Nana em Florianópolis, o espetáculo de hoje á noite é imperdível. A maior parte do repertório traz clássicos de Dorival. Composições de Tom Jobim estão reunidas em outro bloco. E há ainda pérolas como Lembra de Mim (Ivan Lins e Vítor Martins), Ternura Antiga (José Ribamar e Dolores Duran), Último Desejo (Noel Rosa) e Canção da Manhã Feliz (Haroldo Barbosa e Luís Reis).
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– São músicas que dizem algo especial para mim, suas melodias e suas letras. São composições que tenho prazer em cantar – complementa a cantora.