Merkel considera a tragédia austríaca como uma ‘alerta’ na crise migratória

A descoberta dos cerca de 50 corpos de migrantes em um caminhão abandonado em uma rodovia na Áustria é um alerta para a Europa, que deve resolver a crise dos imigrantes, declarou a chanceler alemã Angela Merkel.

“Estamos comovidos com esta terrível notícias, segundo a qual 50 pessoas morreram quanto estavam em busca de segurança”, declarou Merkel em Viena, onde participa em uma cúpula sobre os Bálcães.

“É um alerta para começarmos a trabalhar, resolver os problemas e demonstrar solidariedade”, acrescentou.

Dezenas de migrantes foram encontrados mortos a bordo de um caminhão em uma estrada da Áustria, indicou nesta quinta-feira a polícia local.

O veículo, que continha entre 20 e 50 corpos, foi encontrado em uma área de descanso de uma estrada do estado de Burgenland (leste), disse um porta-voz da polícia, Hans Peter Doskozil, em uma coletiva de imprensa com a ministra do Interior, Johanna Mikl-Leitner.

“Esta tragédia afeta a todos nós profundamente”, declarou Mikl-Leitner. “Os traficantes de seres humanos são criminosos. Qualquer pessoa que siga pensando que são amáveis assistentes não pode ser ajudada”, acrescentou.

Ainda não se sabia como os migrantes haviam falecido e há quanto tempo estavam no caminhão.

A descoberta ocorreu enquanto Merkel e os líderes dos Bálcãs se reúnem em Viena para buscar uma solução para a maior crise migratória que a Europa enfrenta desde a Segunda Guerra Mundial.

A Europa recebeu desde o início de 2015 um número recorde de migrantes procedentes de zonas de conflito em África, Ásia e Oriente Médio.

Antes da conferência de Viena, o ministro austríaco das Relações Exteriores, Sebastian Kurz, avisou que seu país cogitará instaurar medidas mais duras contra os imigrantes, incluindo “controles fronteiriços muito mais rígidos”, se a União Europeia não conseguir acordar uma resposta unificada.

“A Áustria tem mais migrantes que a Itália e a Grécia reunidas… então não deveríamos fingir que apenas Itália e Grécia são afetadas”, declarou em uma entrevista à televisão pública ORF.

* AFP