Pedaços do trem de pouso e do capô do monomotor que caiu sábado na Praia de Taquarinhas, em Balneário Camboriú, foram encontrados no final da tarde desta segunda-feira. As peças foram localizadas por mergulhadores próximo à área onde foram encontrados, logo após a queda, os corpos do médico Júlio César Mandelli, 58 anos, e do empresário Claudir Gheller, 53. A expectativa é que os destroços da aeronave possam auxiliar na determinação das causas do acidente.

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Uma empresa de operações subaquáticas foi contratada pelo Condomínio Aeronáutico de Porto Belo – de onde saiu a aeronave, para fazer as buscas. As primeiras tentativas de localizar o avião haviam sido frustradas pelo mar revolto, que prejudicou a visibilidade.

As peças estavam numa região de maior profundidade do que onde ocorreu a queda. A procura agora vai contar com o auxílio de um sonar, acoplado à embarcação de busca. O encontro dos destroços é prejudicada pelo fato de não haver manchas de óleo no mar.

– Encontrar os destroços e identificar o que causou a queda vai evitar que novos acidentes ocorram – afirma Flavius Neves, responsável pelo Condomínio Aeronáutico.

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O monomotor modelo Excel, fabricado pela empresa Empraer, é catalogado junto à Aeronáutica como uma aeronave experimental e tinha menos de três anos de uso. Segundo Neves, o motor do avião, produzido pela empresa Lycoming, é usado há mais de 40 anos na aviação.

– É um motor que não apaga, mesmo se a aeronave pifar – diz.

A exceção ocorre se faltar combustível – o que será verificado durante as investigações. Além do próprio Condomínio Aeronáutico, a Aeronáutica também vai apurar as causas do acidente, através do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa). O laudo não tem data para ser concluído.

Responsável pelas investigações, tenente-coronel aviador Marcos do Santos Silva, chefe do Seripa na região Sul, ainda não sabe se os destroços da aeronave serão usados na apuração.

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Vai deixar saudade, diz amigo do piloto

A paixão do médico Júlio César Mandelli pela aviação era apenas uma das lembranças que ficarão na memória dos amigos que o acompanharam nos últimos anos. Conhecido pelo bom humor, pouco antes de embarcar em seu último voo ele tomou café com o amigo Flavius Neves e falou sobre pequenos planos para o futuro.

– Ele vai deixar saudade. Era uma pessoa muito agradável – diz Neves, responsável pelo Condomínio Aeronáutico de Porto Belo.

Era lá que o monomotor de Mandelli ficava, no hangar de um amigo. A aeronave havia sido comprada há pouco mais de dois anos e era companhia constante do médico, que voava semanalmente.

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O plano de voo de Mandelli, no sábado de manhã, era um sobrevoo panorâmico de Porto Belo à Praia de Laranjeiras – onde testemunhas afirmam ter ouvido o motor do avião falhar. O médico estava na companhia do empresário Claudir Gheller e do filho dele, de 11 anos. Apenas a criança sobreviveu ao acidente.