Os países do Mercosul se apressavam nesta terça-feira para incluir a Venezuela como membro pleno do bloco regional, apesar de o processo não atender às regras, que exige a aprovação do Executivo e do Congresso em cada um dos países membros, trâmite que ainda não foi concluído no parlamento paraguaio.

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Segundo o ministro uruguaio Luis Almagro, uma proposta a favor da Venezuela foi bem recebida em uma reunião de conselheiros do bloco.

O senador e ex-presidente uruguaio Luis Lacalle, um dos fundadores do Mercosul, afirmou que aprovar a incorporação da Venezuela será “uma sentença de morte”, uma vez que o Tratado (de Assunção, que rege o bloco) tem requisitos jurídicos internos que foram ignorados.

– Estão matando o Mercosul – disse Lacalle, que considera a decisão um ataque ao Paraguai.

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O Senado paraguaio tem se recusado a admitir a entrada da Venezuela no bloco, pois sustenta que o país do presidente Hugo Chávez vai contra as regras democráticas.

No entanto, a súbita presença de Chávez na cúpula, conhecida apenas na noite de segunda-feira, parece um indício de que se aprovará uma fórmula para a entrada do país caribenho no bloco. Até agora, a reação do Paraguai não é conhecida, embora o presidente Fernando Lugo seja a favor da inclusão da Venezuela no Mercosul.

Anfitrião da cúpula, Mujica propôs nesta semana encontrar um mecanismo para permitir a adesão da Venezuela, apesar da oposição do congresso paraguaio. Na segunda-feira, os chanceleres do Mercosul tiveram um encontro para discutir a forma de fazer isso sem ferir a soberania do Paraguai. Falaram no envio de missões a Assunção, para convencer os parlamentares paraguaios da importância de ampliar o Mercosul.

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Segundo o chanceler Antonio Patriota, falou-se também na “modernização” dos mecanismos institucionais do Mercosul, para acelerar as adesões de novos membros – entre eles o Equador que, na reunião desta terça-feira, pedirá a sua inclusão no bloco regional como membro pleno.

Espera-se uma anúncio formal nesta terça-feira quando os presidentes José Mujica, do Uruguai, Cristina Kirchner, da Argentina, Dilma Rousseff, do Brasil, e Lugo se reúnem para decidir o andamento do bloco.

Os chefes de Estado Sebastián Piñera, do Chile, e Evo Morales, da Bolívia, não participam do evento. Quem estará presente é Rafael Correa, presidente do Equador, que antecipou no sábado que irá solicitar o ingresso para o Mercosul.

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