Além de confirmar a suspensão do Paraguai no Mercosul em resposta à destituição de Fernando Lugo da presidência do país, que considerou ilegítima, os presidentes do Mercosul anunciaram a incorporação da Venezuela como sócio pleno do bloco a partir de 31 de julho.

Continua depois da publicidade

O Paraguai era justamente o país que ainda não havia aprovado em seu Parlamento a incorporação plena da Venezuela no bloco. Argentina, Brasil e Uruguai já haviam referendado a participação do país. Assim, o Mercosul fica durante um mês com apenas três sócios plenos, mas volta a ter quatro com o ingresso da Venezuela.

A presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, descartou nesta sexta-feira a aplicação de qualquer sanção econômica ou comercial ao Paraguai, mas condenou o país pela “ruptura da ordem democrática”. Cristina falou na abertura da reunião extraordinária da União de Nações Sul-americanas (Unasul), em Mendoza, convocada especialmente para discutir a destituição de Fernando Lugo da Presidência do Paraguai, no dia 22, e a posse de seu vice, Federico Franco.

Cristina lembrou que os países da região sempre condenaram bloqueios comerciais porque acabam prejudicando a população do país.

– Os governos nunca pagam [o preço] das sanções econômicas. Quem paga sempre é o povo – disse Cristina, no discurso.

Continua depois da publicidade

Mas segundo ela, o controvertido processo de impeachment de Lugo provocou temor numa região com um passado de golpes de Estado.Ela chamou o impeachment relâmpago de parodia de julgamento político, argumentando que em nenhum país do mundo ocidental um presidente é condenado com tanta rapidez, com tão pouco tempo para se defender das acusações.