O mercado financeiro começou a reavaliar o cenário para os juros básicos nos próximos meses. Em meio à crise financeira internacional e a expectativa de desaquecimento mais forte da economia, analistas reduziram a aposta para o ritmo de alta dos juros até o fim do ano.

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Na pesquisa Focus divulgada nesta segunda pelo Banco Central, a expectativa para o patamar da taxa Selic no final de 2008 caiu de 14,75% para 14,5% ao ano. Isso quer dizer que o mercado acredita que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve aumentar o juro duas vezes até dezembro: em 0,50 ponto porcentual nos dias 28 e 29 de outubro e em 0,25 ponto em 9 e 10 de dezembro.

A previsão é diferente da vista até a semana passada, quando o mercado apostava em duas altas de 0,50 ponto porcentual. Para o fim de 2009, analistas mantiveram a projeção que aponta para juros em 13,5% ao ano, o que continua indicando o início de um desaperto monetário a partir de meados do próximo ano.

Câmbio

Pela terceira semana consecutiva, as projeções de mercado para o câmbio em 2009 e 2008 subiram. Na pesquisa Focus, a previsão para o patamar do dólar no fim de 2009 saltou cinco centavos, de R$ 1,85 para R$ 1,90. Há quatro semanas, a previsão estava em R$ 1,77.

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Da mesma forma, a mediana para o dólar no fim de 2008 subiu de R$ 1,85 da semana passada para R$ 1,90 na pesquisa atual, contra R$ 1,70 de um mês atrás. No mesmo levantamento, a projeção para o câmbio médio no decorrer de 2009 aumentou de R$ 1,84 para R$ 1,87, contra R$ 1,74 de quatro semanas antes. Para a cotação média nesse ano, a projeção subiu de R$ 1,73 para R$ 1,75, ante R$ 1,68 de um mês atrás.

Contas externas

Analistas pioraram ligeiramente suas expectativas para o desempenho das contas externas em 2009. A estimativa para o déficit em conta corrente no próximo ano subiu de US$ 33,1 bilhões para US$ 33,23 bilhões, ante US$ 30,37 bilhões de quatro semanas antes.

Para 2008, a projeção de déficit permaneceu em US$ 29 bilhões, ante US$ 27,85 bilhões registrados quatro semanas antes. Para o superávit comercial em 2009, a mediana das expectativas subiu de US$ 12 bilhões para US$ 12,7 bilhões. Para 2008, a projeção de saldo oscilou de US$ 23,88 bilhões para US$ 24 bilhões.

Há quatro semanas, as projeções eram de um superávit de US$ 13 bilhões no próximo ano e de US$ 23,73 bilhões neste ano. A estimativa de ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2009 manteve-se em US$ 30 bilhões, ante US$ 30,37 bilhões de quatro semanas atrás. Para 2008, o número permaneceu em US$ 35 bilhões pela quarta pesquisa consecutiva.

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