A atividade do mercado imobiliário deve sofrer uma redução em 2009 por conta do impacto da crise econômica mundial no Brasil, mas não um impacto muito forte. O que deve ocorrer é uma desaceleração e uma diminuição na expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). A avaliação foi feita nesta quinta-feira pelo presidente da Unidade de Negócios Pessoa Jurídica da Serasa, Laércio de Oliveira Filho.
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– O nível de emprego, embora menor, não será tão impactante, e com isso teremos uma expectativa de vendas em um patamar muito menor do que tem ocorrido nos últimos anos, mas ainda de crescimento – disse.
Segundo ele, a inadimplência está relacionada com o nível da atividade econômica, e se o crescimento for de 3,8%, o cenário de inadimplência não deve ser muito grave.
– Mas se a desaceleração for maior, podemos ter problemas porque vai provocar perda de emprego, que gera problemas de consumo – explicou.
De acordo com Oliveira Filho, o déficit habitacional do país é de cerca de 8 milhões de moradias, com carência maior nas classes de menor renda.
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– O mercado tem que dirigir sua oferta para esse público, tomando os cuidados necessários. Tem que olhar para esse público, mas dentro da premissa de que o país vá crescer 3,8% vamos conseguir manter aquele movimento que ocorreu da classe C para a D se sustentar – disse.
Já para o economista Paulo Rabello de Castro, a oferta de crédito não aumentará porque a crise que atinge o mercado brasileiro “é extraordinária, enorme”. Segundo ele, além da diminuição da oferta do crédito por parte dos bancos, há o principal que é a diminuição da demanda. Na avaliação de Rabello, assim que as instituições financeiras descobrirem qual o novo patamar de juros a ser cobrado e quais as novas exigências para o crédito haverá sempre o crédito certo para cada interessado em comprar um imóvel.
– Estamos falando de desaceleração. Ela vai ocorrer, sem dúvida, mas não é nada de trágico. A não ser que o próprio governo faça uma bobagem na única área em que pode haver a importação da crise que é através da taxa de câmbio – afirmou.
Rabello acredita que se o governo “errar a mão”, e não conseguir controlar o mercado cambial colocando freios na especulação que tem ocorrido, o mercado imobiliário tende a sofrer porque a inflação dispara e todos os indicadores econômicos se desequilibram.
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