Responsável por gerenciar a informação e ajudar o usuário a encontrar o que procura, o bibliotecário é uma espécie de Google de carne e osso. Com a importância que ganham as tecnologias e a informática no trabalho desse profissional, torna-se cada vez mais importante estar atualizado.

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:: Saiba como funciona a carreira de bibliotecário

O bibliotecário Cristiano Sardá, 30 anos, formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2011 e hoje auxiliar de biblioteca no Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) em São José , esclareceu as dúvidas da estudante Nikolly Domingos Ambrózio, 17, aspirante a caloura de Biblioteconomia.

Nikolly Domingos Ambrózio – Depois de me formar, posso trabalhar também em museus e outros locais além de bibliotecas?

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Cristiano Sardá – Sim, o bibliotecário pode trabalhar em qualquer unidade de informação, seja biblioteca, arquivo, museu, centro de memória, qualquer centro de documentação, em editoras. O profissional vai trabalhar com processos técnicos – catalogação, classificação e indexação de materiais bibliográficos e também na mediação da informação, direto com o público. Ainda é possível atuar gerenciando portais da internet ou prestando consultorias para empresas. Eu mesmo comecei estagiando, logo na primeira fase, no Arquivo público do estado de Santa Catarina. Depois trabalhei no IBGE como supervisor no censo demográfico de 2010 e somente na 7ª fase do curso fui ter contato com biblioteca, através de estágios realizados no SESC e na biblioteca universitária da UFSC . Meu trabalho de conclusão de curso foi sobre Gestão Documental.

Nikolly – UFSC ou Udesc?

Cristiano – As disciplinas são bem parecidas. Conheço bons profissionais que se formaram nas duas instituições. De acordo com o conceito do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE) 2009, que mede o desempenho de estudantes concluintes de cada curso superior em uma prova aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o curso de Biblioteconomia da UFSC tem conceito ENADE 3 e o da Udesc tem conceito ENADE 4, em um espectro que vai de 1 a 5.

Nikolly – O curso é difícil? Você pensou em desistir?

Cristiano – Isso é muito pessoal, mas eu acredito que o aluno de Biblioteconomia tem que ser determinado. Para mim o curso não foi muito difícil. Me lembro de uma disciplina que foi um pouco mais puxada: recuperação da informação. Envolvia muito conteúdo em pouco tempo, e alguns manuais de softwares relacionados, além de sites e bancos de dados, em geral são em inglês ou espanhol, o que dificultou um pouco. Conhecer outros idiomas, inclusive, é uma característica importante. Temos a disciplina de inglês instrumental no curso, então você consegue se virar, mas quem é fluente tem vantagem.

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Nikolly – É interessante fazer estágio ou trabalhar na área durante a graduação?

Cristiano – Sim, você vai ganhar experiência e fazer contatos com profissionais formados. Eu vejo muita diferença entre pessoas que trabalharam e estagiaram e aquelas que apenas passaram pelo curso.

Nikolly – Como se organizam os livros? Em casa costumo colocá-los por autor ou por tamanho.

Cristiano – Geralmente é por assunto. Você vai gerar um número classificação, a partir de uma lógica, e juntar as obras com classificações próximas. Diferentes livros de um mesmo autor podem estar distantes um do outro em uma biblioteca. Por tamanho não organizamos nunca!