O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, comemorou o desempenho do mercado de crédito em junho. Ao apresentar os dados do mês passado, o técnico afirmou que o segmento “teve um comportamento favorável” com recuo das taxas de juros, queda das margens cobradas nos financiamentos – o spread bancário – e também melhora na inadimplência.
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Maciel comentou que o juro médio praticado no mercado de crédito livre – de 31,1% – é a menor taxa cobrada pelos bancos na série histórica, sendo que a taxa ao consumidor – de 36,5% – é a menor desde julho de 1994.
Para o BC, a queda dos juros reflete a política monetária e a iniciativa de parte dos bancos em cortar suas taxas.
– Você tem dois fatores, o ciclo de política monetária, recuo da taxa básica, e essa iniciativa de redução mais agressiva de juros de parte do setor financeiro. A redução se dá tanto pelo custo de captação como do spread – afirmou.
Diante desse quadro, o calote nos financiamentos diminuiu entre as pessoas físicas e jurídicas. O grande destaque nesse tema foi a queda da inadimplência para veículos, que caiu pela primeira vez desde dezembro de 2010. No primeiro semestre de 2012, o total de financiamento e empréstimos avançou 6,8%.
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Os números também estão alinhados com a previsão da casa de que o crédito deve terminar o ano em patamar equivalente a 52% do PIB no fim do ano.
– Esse ritmo de expansão vem sendo determinado por algumas operações como crédito imobiliário que crescem de maneira mais robusta e determina esse crescimento em relação ao PIB – disse.
O chefe do BC faz um prognóstico otimista dos níveis de calote no segundo semestre de 2012.
– Como temos anunciado, esperamos um comportamento mais favorável da inadimplência no segundo semestre.
Segundo ele, o calote vai diminuir como resultado de três movimentos:
– O efeito da redução da taxa de juros, postura mais cautelosa por parte dos bancos desde o segundo semestre de 2011 e o crescimento da massa salarial. São fatores que contribuem para a trajetória mais favorável da inadimplência.
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Maciel disse que a taxa média de juros do crédito livre subiu 0,2 ponto porcentual nos dados parciais até dia 16 de julho, na comparação com o fechamento de junho, para 31,3%. Na pessoa física, a alta foi de 1,3 ponto porcentual, para 37,8%. Na pessoa jurídica, por outro lado, houve recuo de 0,4 ponto porcentual, para 23,4%.