Em 2014, as escolas particulares de Santa Catarina terão reajuste da mensalidade acima da inflação deste ano. Uma pesquisa feita pela reportagem em 12 das maiores instituições do Estado – em número de alunos – mostra que o aumento a ser aplicado no próximo ano está entre 6% e 12%.

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Neste ano, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar em 5,82%, segundo economistas consultados pelo Boletim Focus, do Banco Central. O governo, no entanto, tem defendido que a inflação deste ano ficará abaixo da do ano passado, que foi de 5,84%.

No colégio Energia, onde apenas em Florianópolis estudam 2,5 mil alunos do berçário ao ensino médio, o aumento nas mensalidades ficará entre 6% e 8%. Das escolas pesquisadas, este será o menor reajuste. Na educação infantil, a mensalidade mais baixa será de R$ 780 e, no ensino médio, R$ 1250.

O gerente de contas da instituição, Marcos André Pires, afirma que os fatores que mais impactaram no reajuste foram o aumento do salário dos professores, de 7,5% no dissídio coletivo, a correção do aluguel dos imóveis, medida pelo IGPM, entre 6% e 7%, e o aumento no custo do material didático utilizado, que é cotado em dólar.

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O colégio vai aceitar novas matrículas até o final de dezembro, com a oferta de descontos para os que se matricularem nos meses anteriores. Segundo Pires, o Energia faz listas de esperas, que já chegaram a 100 alunos.

As mensalidades da Escola Dinâmica, uma das mais altas de Florianópolis, ficarão 10% maiores em 2014. Os valores, que variam entre R$ 760 e mais de R$ 2 mil no ensino médio com disciplinas da high school americana, são justificados pelos diferenciais da instituição: pequena fazenda para a educação ambiental, carga horária estendida, certificação bilíngue (português e inglês) e parceria com a Texas Tech University.

A diretora Angela Diener afirma que o aumento no salário dos professores, que já seriam pagos pela escola acima da média da categoria, especialmente os bilíngues, além da renovação anual do parque tecnológico (computadores e equipamentos) explicam o reajuste.

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O presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Santa Catarina (Sinepe), Marcelo Batista de Souza, diz que os reajustes de cada escola variam de acordo com a previsão de investimento para o ano seguinte, que incluem mudanças nos serviços e outros custos. O sindicato, segundo ele, não interfere na variação de preços.

– Uma escola que tem piscina, por exemplo, depende do preço do cloro. O que o Sinepe orienta é fazer a análise dos custos e não extrapolar no reajuste para não afastar os alunos – diz.

De acordo com Batista, o Sinepe tem contadores que ajudam as instituições nas dúvidas sobre os custos da mensalidade. Ele entende que o investimento em tecnologia e os impostos são os grandes “vilões” do preço.

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– Hoje a escola tem que colocar ar-condicionado ou lousa eletrônica. Olha a quantidade de serviços e produtos que foram agregados aos alunos – argumenta.