O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, deu prazo de 48 horas para que o governador do Distrito Federal (DF), Agnelo Queiroz, envie ao tribunal informações sobre supostas regalias aos condenados pelo mensalão. Barbosa também pediu informações ao responsável pela administração dos presídios.

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No ofício enviado ao governador, o presidente do Supremo pede que Agnelo responda se foi instaurada investigação interna para apurar a responsabilidade funcional dentro dos presídios; as medidas que foram adotadas para a retomada do comando do sistema prisional; e se os presídios do DF podem custodiar os condenados no processo do mensalão, garantindo a integridade física e tratamento isonômico em relação aos demais presos, sem ingerências políticas.

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Para o diretor do Centro de Progressão Penitenciária (CPP), presídio onde estão presos os condenados que ganharam benefício de trabalho externo, como o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o ex-deputado Valdemar Costa Neto, Barbosa pediu informações sobre alimentação diferenciada, recebimento de visitas especiais e estacionamento privativo.

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Na terça-feira, Barbosa determinou que as autoridades do Distrito Federal acabem com regalias concedidas a condenados do mensalão que estão presos em Brasília. Na decisão, também afirmou que Agnelo não tem “disposição para determinar a apuração dos fatos narrados”.

Em nota, nesta quarta-feira, a assessoria do governo do Distrito Federal informa que, quase um mês após ter denunciado publicamente que os presos do mensalão estariam sendo privilegiados por receberem, entre outras coisas, alimentação diferenciada e visitas fora dos dias e horários permitidos, o juiz Bruno André Silva Ribeiro ainda não apresentou ao governador Agnelo Queiroz detalhes sobre a denúncia.

Ainda na nota, o governo assegurou que os presos do mensalão, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-deputado João Paulo Cunha (PT-SP) ou o ex-deputado Valdemar Costa Neto, nem qualquer outro dos 12 mil detentos do DF, recebem qualquer tipo de privilégio.

Já em relação à afirmação do presidente do STF de que o governador Agnelo Queiroz não teve “disposição para determinar a apuração dos fatos narrados”, a nota diz que não falta disposição para apurar qualquer suposta irregularidade. Quanto à determinação de Barbosa, informou que ainda não foi oficialmente notificado da decisão.

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