Com apenas seis anos e um pouco menos de 12 meses de prática, Romeu Gutvilen conquistou uma vaga nos Jogos Pan-Americanos de xadrez. A conquista causou emoção para os familiares e, atualmente, o pequeno está entre as três melhores crianças jogadoras da modalidade no Brasil. Superdotado, Romeu começou a jogar xadrez em 2020 e com três meses de prática já ganhava partidas.
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– Gosto de jogar xadrez porque tem estratégias e gosto de coisas de pensar – explica o pequeno, que esteve em Florianópolis, em julho, para o Campeonato Brasileiro de Xadrez e deve disputar os jogos Pan-Americanos, também na Capital Catarinense, em setembro.
Romeu, atualmente, concilia a escola com um professor de matemática particular.
– Eu descobri a superdotação do Romeu no meio da pandemia quando eu peguei um Uber e perguntei quanto tempo faltava para chegar. Naquela semana, eu tinha dito para ele que um minuto é a mesma coisa que 60 segundos. Quando o motorista respondeu nove minutos, Romeu me disse: “540 segundos, mamãe”. Na mesma semana, eu gritei pra ele sair do banho falando que ele já estava no chuveiro por duas horas e ele confirmou em segundos dizendo “sim, 7.200 segundos” – conta a mãe, Rachel Gutvilen.
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O garotinho já lia livros aos três anos e meio e, desde que começou a jogar xadrez com o professor de matemática, foi questão de três meses para que começasse a ganhar as partidas. O dono de dois troféus no Campeonato Brasileiro da modalidade quer ganhar o primeiro lugar no Pan-Americano.
– Estou muito ansioso mesmo, estou treinando bastante e estou ansioso para ganhar o primeiro lugar – diz o pequeno.
A mãe, que o acompanha em todos os jogos, conta que ele utiliza dos estudos de plano cartesiano para jogar e se sente orgulhosa quando escuta: “xeque-mate em duas rodadas”.
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Nas competições, é preciso muita concentração, paciência e inteligência emocional. Romeu chegou a perder algumas partidas e, de acordo com a mãe, ainda é necessário trabalhar as emoções para que isso não o afete tanto.
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– Ele faz birra como qualquer criança. No último campeonato que estivemos em Florianópolis, ele perdeu duas partidas de sete. Eu tive que explicar na hora o quão normal é perder e o incentivar a voltar para o jogo – relembra Rachel.
Natural do Rio de Janeiro, Romeu esteve em Florianópolis em julho para participar do campeonato brasileiro de xadrez, em que concorreu em duas modalidades – xadrez rápido, que são três minutos de partida, e o clássico, com 30 minutos. Nas duas, ganhou o terceiro lugar.
A preparação para os jogos Pan-Americanos já está acontecendo, e Romeu treina tanto online quanto presencialmente todos os dias da semana. Porém, desta vez, uma pequena mudança vai acontecer nos jogos: agora as jogadas precisarão ser anotadas.
– Ele precisa treinar, entender as regras e pegar as táticas do jogo. Tudo precisará ser anotado – explica a mãe.
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A sorte do pequeno começou quando a notícia de que o campeonato brasileiro abriria inscrições para crianças de seis anos chegou. Até então, a faixa etária não estava inclusa na competição.
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A vaga nos jogos Pan-Americanos foi conquistada no primeiro campeonato jogado por Romeu, antes do Campeonato Brasileiro. Porém, a garantia da vaga viria, da mesma maneira, com o terceiro lugar ganho em Florianópolis.
Os jogos Pan-Americanos neste ano acontecerão de forma híbrida e algumas partidas serão online, com o acompanhamento de um árbitro.
Setembro é um dos meses mais esperados pelo pequeno, que além de jogar o Pan-Americano, vai participar dos jogos nacionais escolares, onde deve competir com crianças mais velhas.
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Romeu desembarca em Florianópolis na segunda semana de setembro. Como os custos são pagos pelos próprios jogadores, a mãe fez uma “vakinha online” para arrecadar dinheiro de ajuda de custo.
A mãe conta que o xadrez ainda é um esporte caro e além de pagar as inscrições nos campeonatos, precisa pagar viagem e as aulas, que custam mais de R$ 100. O pequeno, que ama o que faz, conta que as peças preferidas no jogo são “a rainha, o rei e o bispo”.
– Gosto de movimentar as peças e de quando bate o relógio – conta.
Para ajudar o pequeno a realizar essa conquista, é possível doar pelo site. A mãe diz que sozinha, não consegue pagar todos os custos.
*Sob supervisão de Vinicius Dias.
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