Colocar o colete, as joelheiras, o calçado específico. Prender os elásticos ajustáveis às roupas. Por mais de um ano, a cada dois dias, essa é a rotina do pequeno Gustavo Antônio Alves Neves, de três anos, portador da síndrome de Down.

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Atualmente, ele participa de sessões de tratamento pelo método PediaSuit, oferecido pela Apae de Joinville. Sempre acompanhado da mãe e com a ajuda das fisioterapeutas, Gustavo, que não conseguia ficar em pé e não tinha controle sob seus sentidos, hoje já apresenta avanços significativos com o tratamento.

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A história começou há dois anos, quando a dona de casa Rosa Maria de Moraes Alves decidiu se mudar de Dois Vizinhos, no interior do Paraná, para Joinville. A mãe conta que quando Gustavo nasceu, os médicos comunicaram que a criança portava a síndrome e indicaram a Apae para o tratamento.

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– Quando viemos para Joinville, procurei a Apae por ser referência. Na primeira etapa do tratamento, ele não tinha controle dos sentidos. Depois de um ano, já consegue se arrastar e, em casa, se apoia nos móveis para caminhar. É uma evolução muito grande se comparada ao início do processo. A fisioterapeuta disse que se ele seguir dessa forma, até a metade do ano estará andando – comemora.

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Para a mãe, ver a evolução do filho a faz pensar em um futuro promissor para Gustavo, que tem dois irmãos mais velhos e que acompanham de perto a trajetória. Rosa diz que o mais importante é sempre estimular a criança e, quando ele estiver maior, vai incentivá-lo a fazer cursos e conquistar sua independência.

O método PediaSuit utiliza diversas ferramentas, entre elas, uma órtese dinâmica (suit) que consiste em colete, touca, calções, joelheiras, calçado e um sistema de elásticos ajustáveis, que desempenha um papel crucial na regulação do tônus muscular e na função sensorial vestibular.

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– A “gaiola” é usada para treinar a criança, possibilitando o aumento da capacidade de isolar os movimentos desejados e fortalecer os grupos musculares responsáveis por esse movimento, além de criar possibilidades de exercícios e o uso de diversos materiais que potenciam o tratamento – explica a fisioterapeuta Gillyann Rafaela Mendes.

Segundo Caroline Maíra Kussunoki, fisioterapeuta que também acompanha o tratamento do menino, o PediaSuit é dividido em três etapas e dura, em média, um mês, com quatro horas diárias de atividades e acompanhamento. Até agora, os resultados do processo são positivos, trabalhando o fortalecimento muscular e a parte sensorial.

– No caso de Gustavo, ele já possui inscrição para mais quatro protocolos de PediaSuit por causa de seu desenvolvimento – afirma.

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Atividades para os 50 anos

Prestes a completar meio século de atividades, em abril, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Joinville prepara um calendário de atividades para marcar a data. De acordo com o presidente Jailson de Souza, é importante para mostrar os trabalhos desenvolvidos e agregar valores para novos empreendimentos.

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– Queremos que a comunidade participe e prestigie. É preciso mostrar o que se faz na entidade todos os dias, para que as pessoas saibam que apoiar os eventos apaeanos é investir em um trabalho sério pela inclusão social e saúde de centenas de famílias – aponta Jailson.

De abril até o final do ano, atividades comemorativas, como o Pedágio da Apae, festa junina, feijoada, rua de lazer, baile dos anos 60 e Natal Apae estão programadas para a comunidade e serão um meio de arrecadar fundos para a instituição.

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Atualmente, com cerca de 420 alunos em suas instalações no bairro Boa Vista, a instituição realiza, em média, dois mil atendimentos mensais, atuando nas áreas da saúde, educação e assistência social. A Apae tem como público-alvo pessoas com deficiência intelectual, múltipla e/ou autismo, na faixa etária de zero ano à idade adulta.

A coordenadora pedagógica Neide Gonçalves Buch explica que a Apae oferece cursos de qualificação para o mercado de trabalho e, após contratado, durante um ano o aluno tem acompanhamento na empresa.

– A cada 15 dias, fazemos visitação na empresa para verificar se está conseguindo executar as atividades que foram destinadas, até porque ele não pode ser contratado apenas para cumprir leis de cota – diz Neide.

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No fim do ano passado, a entidade qualificou 19 alunos para o mercado, em cursos de auxiliar de estoquista e auxiliar de panificação. Os cursos oferecidos são de 200 horas/aula, com duração de seis meses e aulas durante dois dias na semana. As aulas são ministradas e têm acompanhamento de uma equipe formada por terapeuta ocupacional, psicóloga, assistente social, um monitor e um professor.