Um menino de 11 anos morreu após ser mordido por um rato e contrair a doença hantavírus, em Urubici, Serra Catarinense, informou a Vigilância Sanitária do município. A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina afirmou que foi notificada sobre o caso e disse ainda que 21 casos suspeitos são investigados no Estado.
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A criança morreu em 7 de setembro, 48 horas depois de ser internado no Hospital Seara do Bem, em Lages. No entanto, a confirmação da causa da morte ocorreu na última sexta-feira (16). A prefeitura não repassou mais detalhes.
Segundo a Dive, o Estado registrou seis casos confirmados da doença em 2022. Desses, quatro pacientes morreram. Além do menino de Urubici, as mortes ocorreram em Agronômica, Caçador e Lontras.
Conforme a diretoria, casos de hantavírus são detectados anualmente. Em 2021, 12 pessoas tiveram a doença confirmada — três morreram.
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Segundo a Dive, recentemente, observou-se aumento na população de roedores silvestres (Akodon sp e Oligoryzomys sp) em Urubici — animais reservatórios do hantavírus. A situação pode ter relação com a floração da taquara Cará, de acordo com a Dive, que ocorreu no final do verão.
A Secretaria de Estado da Saúde já esteve em Urubici e Lages para discutir a situação e medidas a serem adotadas.
O que é o hantavírus?
Segundo a Dive, a hantavirose é uma síndrome febril aguda e os sintomas iniciais são semelhantes aos de outras doenças febris agudas, como leptospirose e dengue.
Os sintomas são febre, mialgia, dor nas articulações, dor de cabeça, dor lombar e abdominal e sintomas gastrointestinais.
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A diretoria alerta que se alguém estiver com esses sintomas deve buscar atendimento médico imediato. Isso porque os sintomas podem rapidamente evoluir para comprometimento cardíaco e pulmonar, e causar a morte do paciente.
O período de incubação da doença é de 14 dias em média, mas pode levar de três a até 60 dias para os primeiros sinais surgirem.
Como se contrai o hantavírus?
A doença é contraída, principalmente, pelo ar. Isso porque a urina, fezes e saliva de roedores silvestres infectados pelo vírus geram aerossóis que, se em contato com humanos, podem transmitir a doença.
Os roedores silvestres conhecidos como rato da mata, Akodon sp, e ratinho do arroz, Oligoryzomys sp, diferenciam-se dos roedores maiores encontrados mais frequentemente em ambientes urbanos, como a ratazana e o rato de telhado.
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A Dive explica que são roedores de pequeno porte — o macho adulto chega a 25 gramas — e vivem preferencialmente próximos a plantações, principalmente de grãos, mas podem também ser encontrados em ambientes periurbanos. A cor da pelagem pode ser avermelhada, cinza ou até cor de terra.
Como prevenir
A prevenção das hantavirose baseia-se em medidas que impeçam o contato da pessoa com os roedores silvestres e suas excretas (fezes ou urina). Entre essas medidas estão:
- Roçar o terreno em volta da casa
- Dar destino adequado aos entulhos existentes
- Manter alimentos estocados em recipientes fechados e à prova de roedores