Quando tinha um ano e sete meses, Lucas da Silva, que hoje tem sete anos, foi diagnosticado com Atrofia Medular Espinhal (AME), e a doença fez com que ele tivesse alguns dos movimentos limitados. Mas, o morador de Joinville cultivou um sonho que também tem a ver com fé: ele desejava ser coroinha. 

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— Na hora eu fiquei meio sem chão, mas falei para ele: “filho, pode ser. A gente vai conversar, mas eu acho que é possível”. Ele disse depois: “vó, eu acho que não dá, porque a minha cadeira não sobe lá”, mas eu falei pra ele que ele iria conseguir — conta a avó do Lucas, Rosileide da Silva. 

Lucas, que usa uma cadeira de rodas para se locomover, despertou certo receio nos familiares ao expor a vontade de colaborar nas missas da Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição. Mas, o medo logo se transformou em apoio. 

— Eu fiquei um pouco preocupado e com receio, mas, vimos que a igreja apoiou bastante, fez melhorias para que ele pudesse ser coroinha e passou um pouco o receio — relata Jeandro Matias, pai do menino. 

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Na igreja, a estrutura foi adaptada e foram colocadas rampas para que Lucas tivesse o acesso facilitado. Ele passou pelo processo necessário e, ao lado de outras 29 pessoas, pôde exercer as funções de coroinha. No último sábado (11), o menino participou da missa e uma de suas tarefas foi segurar a bandeja para o padre lavar as mãos. 

— A iniciativa do Lucas vem também como um alerta para nós católicos, cristãos da paróquia, para que nós repensemos também a maneira de praticar a nossa fé, que às vezes é tão condicionada à nossa própria vontade. Esquecemos que o Deus que acreditamos, o Deus que orientamos por meio da igreja, é um Deus que não impõe condições em nos ajudar — disse o padre Hugo Marques. 

Ser coroinha foi um dos sonhos realizados e, se depender da família, muitos outros desejos do Lucas ainda vão se tornar reais. 

— Às vezes [as pessoas] veem a criança na cadeira de rodas e pensam: “não pode fazer nada”. Mas, o Lucas faz tudo o que ele quer. Tudo o que ele quer, ele pede e a gente corre atrás. Às vezes é uma “dor de cabeça”, mas, a gente falou que tudo o que ele quiser fazer, ele vai fazer — afirmou Mônica da Silva, mãe do menino.  

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* Com informações de Cristiano Gomes, repórter da NSC TV

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