Um menino de 14 anos que desapareceu na segunda-feira (5), em Itapema, no Litoral Norte catarinense, foi encontrado no mar por um pescador, na manhã desta quarta (7). A primeira solicitação do adolescente ao reencontrar um familiar foi inusitada: ele pediu um gole de refrigerante ao primo momentos após o resgate.
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O garoto tem Transtorno do Espectro Autista e mora com a família em Joinville, mas estava com o pai e o irmão em Itapema quando desapareceu. O pai, Wilmar Borges de Moraes, foi até a cidade para resolver um assunto relacionado ao apartamento da família, e levou os filhos junto.
Eles haviam saído para comer um lanche, e na volta, quando estavam caminhando pelo calçadão em Meia Praia, o rapaz saiu andando na frente, acelerou o passo e sumiu. O pai o perdeu de vista, e ele só voltou a ser encontrado na manhã desta quarta-feira.
— Ele sofreu muito. Nós sofremos, imagina ele. Os autistas precisam muito de atenção, e ele ficou sozinho nesses dias, sem comida, sem água, é uma situação difícil — conta o pai.
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O menino ficou circulando pela cidade desde segunda-feira, dormiu na rua, não se alimentou e deve ter entrado no mar na manhã desta quarta. Ele foi encontrado debilitado, com hipotermia e arranhões pelo corpo. Está internado, mas com quadro estável.
O pai conta que no dia do desaparecimento, depois de muito procurar o filho, percebeu que não iria conseguir encontrá-lo sozinho e acionou a polícia. A partir de então começaram as buscas, e uma grande campanha tomou conta das redes sociais.
Aliviado por ter encontrado o menino, o pai relata que já estava perdendo as esperanças:
— Eu não estava mais aguentando, estava muito difícil para a família — comenta.
Segundo Wilmar, essa não foi a primeira vez que o filho sumiu, mas foi a primeira em que resultou em uma situação grave. Apesar do susto, ele aconselha outros pais de crianças autistas a darem liberdade para os filhos.
— Os autistas precisam de muita atenção. Meu filho fala “pai eu quero liberdade”. Eles gostam de andar na rua. E acho que também nós os trancamos, mas eles precisam de liberdade, sempre com muita atenção — avalia.
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*Estagiária sob supervisão de Bianca Bertoli.