Santa Catarina já registrou neste ano 350 casos de meningites. O mais comum deles, o tipo viral, responde por 94% dos pacientes. Esse tipo costuma apresentar um quadro clínico leve e de menor gravidade. Já a meningite bacteriana, tipo mais severo e que pode levar à morte, teve 22 casos e cinco óbitos. Um deles foi de uma criança de Palhoça no final de junho. Diante disso, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica emitiu uma nota para reforçar como se prevenir contra esses diferentes tipos da doença.

Continua depois da publicidade

Entre as principais medidas de prevenção, estão manter a vacinação em dia, evitar locais com aglomeração de pessoas, deixar os ambientes ventilados, não compartilhar objetos de uso pessoal, além de reforçar os hábitos de higiene. A meningite é um processo inflamatório das membranas protetoras que envolvem o cérebro e a medula espinhal (meninges) causado por bactérias, vírus, parasitas e fungos, entre outros agentes.

— É importante conhecer o agente causador da meningite porque o tratamento difere dependendo da causa — observa o médico infectologista Fábio Gaudenzi, superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES).

Os tipos mais comuns são a Meningite Pneumocócica, causada pelo Steptococcuspneumoniae, a meningite provocada pelo Haemophilus Influenza e a doença meningocócica, pela bactéria Neisseriameningitidis, também conhecida como meningococo.

— O quadro clínico da meningite bacteriana pode se instalar em apenas algumas horas. A evolução é muito rápida e fulminante — alerta o médico infectologista Luiz Escada, técnico da Gerência de Imunização da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive).

Continua depois da publicidade

A bactéria Neisseriameningitidis, causadora da doença meningocócica, é classificada em 12 sorogrupos diferentes, sendo os tipos A, B, C, W e Y os mais importantes. Em Santa Catarina, o tipo C é responsável por 42% dos casos.

Cerca de uma em cada dez pessoas apresentam as bactérias Neisseriameningitidis na parte de trás do nariz e da garganta sem demonstrar sinais ou sintomas de doença, sendo chamadas de portador sadio. Porém, às vezes, essas bactérias invadem o organismo e causam a doença meningocócica, ou podem ser transmitidas para outras pessoas, vindo a provocar a doença nas mesmas.

No entanto, é importante destacar que essas bactérias não são tão contagiosas quanto outros micro-organismos de transmissão respiratória, como os que causam o resfriado comum, a gripe, dentre outras enfermidades. Para que haja transmissão da Neisseriameningitidis, é necessário o contato de forma íntima e/ou prolongada com os indivíduos que vivem na mesma casa e tenham contato direto com as secreções orais da pessoa infectada por meio da tosse, espirro ou beijo, por exemplo.

Prevenção

A vacinação é uma importante aliada na prevenção da meningite. A rede pública de saúde oferece vacina contra as formas mais graves de meningite:

Continua depois da publicidade

  • Meningite tipo C (a proteção está contida na vacina Meningo C): imunização para crianças (1ª dose aos 3 meses; 2ª dose aos 5 meses; e reforço entre 12 meses e a 4 anos 11 meses e 29 dias) e para adolescentes entre 12 e 13 anos (uma dose)

  • Meningite por pneumococo (a proteção está contida na vacina Pneumo 10): imunização para crianças (1ª dose aos 2 meses; 2ª dose aos 4 meses; e reforço entre 12 meses e a 4 anos 11 meses e 29 dias)

  • Meningite por Haemophilus influenza (a proteção está contida na vacina Pentavalente): imunização para crianças (1ª dose aos 2 meses; 2ª dose aos 4 meses; e 6ª dose aos 6 meses).

  • Meningite tuberculosa (a vacina BCG protege contra a meningite tuberculosa): imunização para crianças ao nascer.

    Continua depois da publicidade

  • Além disso outros cuidados são essenciais:

    Manter todos os ambientes bem ventilados, se possível ensolarados, principalmente salas de aula, locais de trabalho e no transporte coletivo

    Evitar transitar em ambientes fechados e mal ventilados

    Lavar as mãos frequentemente com água e sabão

    Manter higiene rigorosa com utensílios domésticos e não compartilhar objetos de uso pessoal.

    Sintomas

    Os sintomas de meningite incluem febre de início repentino, associada à dor de cabeça, dor ou rigidez de nuca, vômitos frequentes e confusão mental. Em crianças pequenas, esses sintomas podem apresentar-se como choro persistente, irritação, falta de apetite, manchas vermelhas na pele e “moleira inchada”. Na apresentação desses sintomas, deve-se procurar imediatamente a unidade de saúde mais próxima, para avaliação médica, análise preliminar de amostras clínicas do paciente e início de tratamento que deverá ser feito de acordo com o agente causador da doença.

    Fonte: Dive-SC