Foi Bárbara Assunção, de 8 anos, a primeira a ver uma reportagem falando da iniciativa. Apesar da pouca idade, a menina ficou sensibilizada por saber que existiam outras crianças doentes da idade dela, e falou para a mãe que queria ajudar. Logo que cortou o cabelo, Bárbara deu a ideia para a amiga de escola Danielly Alves, 9, e assim começou uma corrente do bem entre as meninas do pequeno município de Angelina, na Grande Florianópolis.

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Nesta terça-feira foi o dia das irmãs Emily, 8, e Estefany Anderli, 9, cortarem as madeixas por uma boa causa: as meninas vão doar o cabelo para confecção de perucas para crianças com câncer.

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Mesmo sem fazer um corte radical há mais de cinco anos, não faltou coragem para as pequenas na hora de passar as tesouras. Juntas as irmãs doaram cerca de 60 centímetros de cabelo, que vão se juntar a mechas do mesmo tom de outras cabeças e formar uma peruca.

– Quando a minha amiga me falou eu pedi para a minha mãe. Eu gostei, e quero ajudar as crianças que não tem cabelo – disse Emily.

No salão quem recebeu a doação foi Terezinha Maria Braun da Cruz, 50. Há cinco anos ela trata um câncer de mama, e iniciou uma campanha nas cidades da região para arrecadar cabelos. Terezinha não conseguiu conter a emoção ao receber as mechas:

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– É extraordinário ver que crianças tão pequenas já tem consciência, pedindo espontaneamente para as mães para cortar o cabelo. Quando comecei não imaginava que tantas meninas iriam querer ajudar. Durante o tratamento já perdi os cabelos duas vezes, e sei o quanto isso mexe com a pessoa, ainda mais no caso de crianças.

Os cabelos de Emily e Estefany serão levado para o Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon) por Terezinha, onde irão para a oficina de construção de perucas realizada por pacientes do centro. A terapeuta ocupacional do Cepon, Lilian Martinho, explica a importância da doação:

– O cabelo é a moldura do rosto. O impacto é muito grande com a queda, principalmente para algumas mulheres, e a peruca ajuda muito. Hoje se fala mais sobre o câncer, mas ainda existe um preconceito grande com a doença, e as pessoas não gostam de ser expostas carecas, é como falar para todo mundo que está doente.

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Qualquer cabelo é aceito

Pode ser loira, morena, ruivo, liso, ondulado, cacheado, com química, tintura. Os únicos pré-requisitos para doação são: o comprimento de, no mínimo, 15 centímetros, e a boa vontade. Quem tiver interesse em doar pode cortar em qualquer salão e entregar nos pontos de recebimentos, basta pedir para o cabeleireiro cortar em mechas presas com elástico.

No Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, o volume de doações é tão grande que as voluntárias estão redirecionando para o Cepon:

– Já estamos com um grande estoque e ainda vamos receber mais perucas, por isso fizemos uma parceria com o Cepon para passar os cabelos – explica a coordenadora do Banco de Perucas, Luciane Fortes.

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Onde doar:

Cepon

Rod. Admar Gonzaga, 655, Itacorubi, Florianópolis

Telefone: (48) 3331-1400

Entregar para Lilian Martinho, no setor de Terapia Ocupacional

Hospital Infantil Joana de Gusmão

Rua Rui Barbosa 152, Agronômica, Florianópolis

Telefone: (48) 3251-9000

Entregar na Associação de Voluntárias – Avos

A Avos tem dois salões parceiros que cortam os cabelos gratuitamente (corte simples) de quem deseja doar:

:: Magma Studio Hair – Trindade. Telefone: (48)3209-4213

:: Seven – Felipe Schmidt. Telefone: (48) 3024-0777