O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Junior, esteve em Florianópolis, quarta-feira, para assinar o termo de cooperação técnica para a instalação do projeto-piloto de credenciamento de SC no Sistema Brasileiro de Inspeção. Na ocasião, ele falou sobre assuntos relacionados com o setor e que são importantes para o Estado, incluindo os embargos feitos por outros países à carne suína.
Continua depois da publicidade
A seguir, os principais trechos da entrevista, que contou com sugestões de perguntas por Enori Barbieri, presidente da Epagri, e de Losivânio Lorenzi, presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos:
Enori Barbieri – Por que pequenos agricultores têm dificuldade de acesso ao milho comprado para abastecer SC?
Mendes Ribeiro Filho – Conversei e pedi autorização ao ministro da Fazenda através de um mecanismo legal, sem os prejuízos inerentes a demanda de preço. Quero comprar o milho necessário, para que não aconteça o que aconteceu ano passado. Se foram comprados 2 milhões e faltou, tenho que comprar mais e numa época condizente com a necessidade e a capacidade de armazenamento necessário. Para todo o país, devemos comprar 3 milhões de toneladas e, para o balcão, até 500 mil toneladas. Foi determinada a compra e a produção destes 3 milhões de toneladas, para ter esse milho no Estado em março. Sobre o silo, nós vamos fazer, estamos discutindo quantos, estou vendo com o governador, mas o que não podemos ter é a falta de um lugar para armazenar. Agora, vamos discutir se será público ou privado. Um silo desses, com capacidade para 100 toneladas, se faz em seis meses.
Continua depois da publicidade
Losivânio Lorenzi – O governo federal não tem trabalhado para expandir o mercado internacional da carne suína. Por que a demora para responder às barreiras impostas por países como Rússia, Argentina e África do Sul? E por que o Brasil não responde na mesma moeda para esses países?
Mendes Ribeiro – Não é verdade que não trabalhamos, mas não podemos responder assim, não é assim que funcionam as coisas. Ainda ontem (terça) conversei com o vice-presidente Michel Temer, para que avançássemos na questão da Rússia, que inclusive está vindo ao Brasil em 20 de fevereiro. Tenho dito a todos: o Brasil vai fazer valer o seu direito. Eu estou indo para falar com os ministros de agricultura da Argentina e do Uruguai, para tratar das questões do leite. Vamos mostrar que temos todas as condições, que tem todo o processo bem esclarecido e cada vez vai avançar mais neste assunto em particular.
Diário Catarinense – O caso da vaca louca, no Paraná, em 2010, ainda atrapalha as exportações brasileiras de carne bovina? Que trabalho tem sido feito para abrir novos mercados?
Continua depois da publicidade
Mendes Ribeiro – Primeiro, o trabalho de abertura está sendo feito no mundo inteiro, não paramos nunca. E aquele episódio não atrapalhou, porque não houve vaca louca, houve sim uma ocorrência perfeitamente identificada como um caso atípico. E todas as nossas ações demonstraram claramente que o Brasil estava longe desse processo. Inicialmente, houve uma redução, por uma reação natural dos outros países, mas que em seguida começa a ser revertido. O comércio tem se restabelecido e estamos quase retomando o ritmo. Na próxima terça-feira, teremos os dados atualizados, mas estamos próximos de voltar ao número anterior a este episódio.
Diário Catarinense – A atual legislação sobre o transporte feito por caminhões pode encarecer ainda mais o transporte agrícola de SC?
Mendes Ribeiro – No todo, a nova lei encareceu os custos da distribuição em quase 30%. Para otimizar os custos do que é distribuído pelas instituições gerenciadas pelo Ministério da Agricultura, nomeamos para a Secretaria de Política Agrícola uma pessoa do Mato Grosso, (o que é) uma forma de termos uma capacidade de produção e escoamento a preços condizentes com a produção brasileira.
Continua depois da publicidade
Ouça a entrevista completa a seguir: