Tivemos este mês uma notícia um pouco triste, mas não surpreendente. A E3, uma das maiores e tradicionais conferências sobre videogames, está oficialmente cancelada. Não vai ter nunca mais. Ela durou de 1995 a 2021.

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Vendo essa notícia, muito se passou pela minha cabeça. A E3 era o meu evento de games mais esperado, durante a minha adolescência. Junho era sinônimo de saber sobre novos jogos, e de mais detalhes daqueles que estavam em desenvolvimento. Era tempo de sonhar com o que estava por vir e pensar o que eu pediria de presente de Natal.

Na época do Nintendo 64, a gente nem acompanhava nada pela internet. Era esperar a edição de julho das revistas e se deliciar com o conteúdo especial sobre a feira.

A E3 de 1995 começou bombástica, com aquele famoso anúncio que praticamente matou o Saturno no ocidente: o de que o estreante Playstation, da Sony, custaria U$ 299, enquanto o console da Sega tinha o preço de U$ 399.

Essa história incrível eu li anos depois, mas separei algumas das minhas memórias da feira. Quais são as suas lembranças da E3?

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E3 2000 – Conker’s Bad Fur Day e Hey You, Pikachu!

Esta é a primeira E3 que eu lembro. Lia nas revistas sobre o Conker’s Bad Fur Day, jogo de plataforma 3D do Nintendo 64 que antes era fofinho, e depois virou só para adultos. No estande onde mostravam o game, serviam até cerveja. Isso me impressionou muito, por alguma razão.

Também foi mostrado o Hey You, Pikachu!, um título do Nintendo 64 que vinha com um microfone e você falava com o pokémon. Esse me impressionou mais e acabei pedindo de Natal.

E3 2001 – Gamecube

Aqui foi a primeira vez que mostraram algo sobre o sucessor do Nintendo 64, o Gamecube. Teve aquele trailer muito legal do jogo Donkey Kong Racing, em que os macacos apostariam corridas usando os animais que aparecem na série Donkey Kong Country, como o rinoceronte e o peixe-espada. Parecia legal demais, mas foi cancelado, para a tristeza da miniJoana.

E3 2004 – primeiro vídeo de Zelda: Twilight Princess

Se Zelda: Wind Waker foi cartunesco, a série agora voltava para os gráficos no estilo de Ocarina of Time. Fiquei impressionadíssima. Até hoje tenho o jogo (no Gamecube e Wii U).

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E3 2005 – Wii e PS3

Um ano antes do lançamento, a Nintendo apresentou na E3 o então chamado Revolution, que viria a ser o Wii. Creio que na época ele ainda não estava disponível para ser jogado, então ninguém entendeu muito bem o conceito do joystick em forma de controle remoto, que faria o videogame vender mais de 100 milhões de unidades.

Foi nesta E3 que apareceu também o PS3, com um controle em formato de bumerangue. Alguém ainda se lembra disso?

E3 2009 – Projeto Natal

Nossa, nessa época ninguém parava de falar sobre o Projeto Natal. Ele era o que viria a ser o Kinect, o sensor de movimento do Xbox 360, que prometia que você controlaria os jogos sem controles. Lembro de a galera achar que isso era o futuro dos videogames. Haha.

Cena do jogo Kinect Adventures!
Lembra quando a galera achava que o Kinect era o futuro? (Foto: Microsoft/Divulgação)

Eu tive um Kinect e foi divertido por um tempo. Mas agora já estou muito velhinha para achar que periféricos são o futuro.

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E3 2012 – Wii U

Nessa E3 eu pirei muito. Já era um tempo que a gente acompanhava pela internet. Acho que não ao vivo, mas dava para ver os vídeos depois. E pirei na apresentação da Nintendo do Wii U, cheia de jogos de outras empresas.

Eu comecei a ter videogames da gigante japonesa quando os outros estúdios a abandonaram, no Nintendo 64. Então eu fiquei sonhando com um novo console cheio de títulos de outras empresas. Não foi bem o que aconteceu e o Wii U foi o videogame de mesa da Nintendo menos vendido da história.

Cena de Aliens: Colonial Marines
Botaram esse cara genérico e acharam que Aliens: Colonial Marines ia arrasar (Foto: Sega/Divulgação)

Mas eu fiquei tão empolgada com essa apresentação que acho que ela é a minha memória favorita da E3.

Depois desse ano, a Nintendo começou a não aparecer mais no evento. Desde a pandemia, a E3 está sofrendo bastante para acontecer. Agora, muitas empresas fazem as próprias conferências e transmitem ao vivo online, incluindo Nintendo, Sony e Microsoft. E isso se intensificou muito na pandemia, quando ninguém podia sair de casa mesmo para testar os jogos.

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Esse tipo de coisa foi tornando um evento como a E3 menos relevante, por isso o cancelamento dela não é surpreendente. Mas ficam aqui as boas memórias de aguardar ansiosamente pelas revistas de julho para saber o que rolou na maior conferência de todas. Obrigada, E3!

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