O tempo passou, já são mais de 30 anos, mas isso não é o suficiente para apagar da memória do torcedor um dos gols mais comemorados da história do Joinville. Foi justamente contra o Santos, adversário da próxima quarta-feira, que o Tricolor alcançou uma vitória que encheu a cidade de orgulho.
Continua depois da publicidade
Quase 23 mil pessoas lotaram o Ernestão e viram os jogadores do JEC se agigantarem diante da primeira geração dos Meninos da Vila. Mas, naquele dia, ninguém brilhou mais que o volante Jorge Luiz Carneiro, que fez, de falta, o gol que é recontado com paixão por todos os que assistiram à partida.
Naquela tarde de 20 de abril de 1980, o JEC venceu por 2 a 0. A torcida estava tensa até os 44 minutos do segundo tempo – quando o placar ainda mostrava 1 a 0, mas havia o risco de o resultado escapar no apagar das luzes. Quando o árbitro paranaense Bráulio Zanotto marcou falta a favor do Tricolor – longe da área -, o volante Jorge Luiz não teve dúvida: arriscaria dali mesmo. O que ele não esperava, no entanto, era que o competente goleiro Marola falhasse.
– Foi um verdadeiro peru -, lembra, entre os risos.
Continua depois da publicidade
– Eu chutei a bola no canto do Marola e ele ia defender, mas, antes de agarrar a bola, ele já estava olhando o posicionamento do time para lançar o contra-ataque. Acabou que ele não a segurou, e a bola acabou passando por entre as suas pernas -, narra.
Plasticamente, o gol está longe de ser o mais bonito da história do clube. Mesmo assim, ele é guardado com carinho na lembrança dos torcedores, principalmente por decretar a vitória contra um dos grandes times do futebol nacional.
– O Santos era um timaço. Do meio para a frente, eram todos jogadores que foram parar na Seleção, mas nós tínhamos o Lico -, conta Zé Carlos Paulista, autor do gol que abriu o placar naquele dia.
Continua depois da publicidade
Lição para frear Neymar
A diferença do Joinville para o Santos, em 1980, não era tão grande quanto hoje. Os dois times estavam na Série A. A receita encontrada pelo Tricolor para jogar de igual para igual foi não se intimidar. Velha mandou o time a campo num 4-3-3 em que Jorge Luiz Carneiro era o único volante.
Como o leão de chácara da defesa, Carneiro foi absoluto e frustrou as investidas do Alvinegro ao ataque. Se estivesse em campo na quarta-feira, é provável que a missão de marcar Neymar, o principal astro do time santista, fosse dada a ele. Nada que o assuste.
– Eu gostava de jogos assim -, revela.
Para o volante, o Joinville tem que marcar o atacante de perto.
– Não pode dar espaço. Quando for receber a bola, já tem que ter alguém por perto. É marcação cerrada em cima dele para não deixar o Neymar jogar -, indica o ex-jogador.
Continua depois da publicidade