Se recordar é mesmo viver, comece desde já a exercitar seu cérebro para que as boas lembranças da vida não se percam com o tempo.

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O neurocirurgião Arlindo D’Ávila, do Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre, explica que o cérebro apresenta múltiplos sistemas de memórias, com diferentes características e envolvendo distintas redes neuronais. Diretamente associada à aprendizagem, a memória envolve um processo que abrange o arquivo e a recuperação de experiências.

– Nossos neurônios se assemelham aos nossos músculos, quanto mais exercitamos, melhor irão trabalhar – compara D’Ávila.

Para ele, as memórias são extremamente importantes para a individualidade do ser humano. Aquilo que cada um recorda é diferente do que os outros lembram, mesmo que tenham vivido a mesma situação. No entanto, algumas pessoas recordam eventos, fatos, emoções e desempenhos por períodos curtos e outros por toda a vida.

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O geriatra Evaldo Nascimento compara o desgaste fisiológico que leva naturalmente ao esquecimento com o surgimento dos cabelos brancos e das rugas. É quando, por volta dos 75 a 80 anos, a pessoa esquece o que disse cinco minutos antes, mas lembra de coisas que viveu há 40 anos.

– Nesses casos, o esquecimento normalmente não atrapalha o convívio social, embora exija algumas adaptações, como acionar lembretes para desligar equipamentos domésticos ou tomar remédios – comenta Nascimento.

Já o esquecimento patológico costuma ser mais precoce e demanda acompanhamento médico para identificar a origem do problema, que pode ser uma doença degenerativa, como Alzheimer. Aí sim, o impacto no núcleo familiar pode ser até mais grave do que no paciente, pois ele esquece o nome dos filhos e precisa de ajuda para fazer as atividades mais básicas do dia a dia, mas não tem consciência do que está se passando.

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Outro fator destacado pelo geriatra é que quadros de esquecimento e depressão, quase sempre, estão interligados ou nas causas – quando a depressão afeta a memória – ou nas consequências – quando a perda da memória desencadeia um quadro depressivo.

Ainda no rol dos fatores psíquicos que levam ao esquecimento, o neurocirurgião Arlindo D’Ávila alerta que o grau de estresse tem uma incidência importante.

– A maioria das pessoas que acha que tem falta de memória, na verdade, tem desatenção, porque estão muito cansadas ou estressadas – comenta.

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Dicas para manter a memória em dia

:::: Vivencie situações novas, pois elas mantêm a mente ativa e criam novas conexões.

:::: Exercite o cérebro com frequência. O hábito de pensar em estratégias, seja em jogos ou leituras, melhora as funções cognitivas.

:::: Faça associações. Ligue assuntos novos a algo que você já conhece. Quanto mais associações, mais ações serão lembradas.

:::: Durma bem. O sono é o estado em que o nosso cérebro consolida novas informações adquiridas e as armazena como memória.

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:::: Cuide da alimentação. Uma dieta rica em ômega 3, vitamina B e antioxidantes é importante para a saúde do cérebro.

:::: Equilíbrio emocional. As cobranças rotineiras e situações de estresse podem prejudicar a atenção e levar a pessoa, dependendo do caso, à depressão – o que dificulta muito o processo de memorização.