Entre os empresários entrevistados, um consenso: a MP dos Portos vai permitir uma maior eficiência logística, porém ela esbarra na deficiência rodoviária e ferroviária do país, outros dois modais que influenciam diretamente a qualidade dos serviços portuários.

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O Projeto Sul Competitivo, desenvolvido no ano passado pela CNI em parceria com a consultoria Macrologística, identificou 51 pontos de investimentos nos três estados que, se colocados em prática, podem gerar uma economia logística de R$ 3,4 bilhões ao ano.

Só no trecho da BR-101 em SC, quatro obras prioritárias reduziriam em R$ 1,6 bilhão o custo em transporte para toda a região, valor baseado na movimentação de cargas projetada para 2020. Segundo Mario Cezar de Aguiar, presidente da Câmara de Assuntos de Transporte e Logística da Fiesc, três delas são para a pavimentação, duplicação e construção de trechos que dão acesso aos portos de Itapoá, Itajaí e Imbituba, o que reflete a importância do setor em SC.

– Podemos até ter um sistema portuário eficiente, mas que é prejudicado quando não se tem como chegar aos portos – observa Aguiar.

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O sócio da Macrologística, Olivier Girard, vê na MP dos Portos uma medida positiva para a modernização do setor, que estava “engessado” desde 2008, com o decreto 6.620, que inviabilizou os investimentos em terminais privados do país. Porém, Girard ressalta que não adianta fazer um planejamento isolado para o setor portuário, é preciso avaliar os modais rodoviário, ferroviário e de portos de forma integrada.

– O custo para a realização do projeto é de R$ 15,3 bilhões, mas o retorno se daria em menos de cinco anos. Esperamos que esse assunto seja prioridade do próximo PAC – disse Girard.