O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, admitiu nesta segunda-feira que a autoridade monetária pode reduzir mais a taxa básica de juros (taxa Selic), atualmente em 11,25% ao ano, para dar continuidade às medidas contra a crise mundial.
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– É importante garantir juros mais baixos no futuro, de modo que isso permita um crescimento sustentável e sem os desequilíbrios do passado – disse Meirelles em um fórum com representantes de pequenas e médias empresas na sede da Federação de Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Meirelles lembrou que a taxa Selic está em seu nível mais baixo e pode cair ainda mais, mas afirmou que a demanda do país nunca foi afetada pelos juros altos.
– Podemos ter aspirações de juros menores, mas uma economia em que a demanda doméstica cresce 9,3% (ao ano) não é reprimida pelo Banco Central – apontou o presidente da entidade, acrescentando que esta “não é excessivamente” conservadora.
O presidente do BC admitiu que “não há dúvidas de que o Brasil teve taxas elevadas, mas elas caíram e hoje estão no menor nível da história. Estamos no mesmo barco”. Segundo economistas consultados pela autoridade monetária para seu relatório Focus, a taxa Selic poderá cair até 9,25% no final do ano. O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, criticou os bancos durante seu discurso e pediu para que estes melhorem sua oferta de crédito.
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– Se em épocas favoráveis já era difícil que emprestassem, não será em época de crise que poderemos contar com os bancos – ressaltou Skaf.