O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, vai deixar o cargo nos próximos dias para tentar viabilizar a candidatura à Presidência da República nas eleições deste ano. A informação foi confirmada pelo presidente Michel Temer em entrevista ao jornal Estadão nesta segunda-feira (26).
Continua depois da publicidade
— Já era a intenção dele. Acertamos nesses últimos dias — afirmou Temer ao Estadão.
A estratégia do MDB é ter uma opção interna caso o projeto de reeleição de Temer não decole. Para começar a impulsionar o nome de Meirelles, o presidente levou a tiracolo o ministro da Fazenda em um giro pelo Nordeste na semana passada. O anúncio de Temer antecipa o próprio Meirelles, cuja intenção era anunciar sua decisão somente no dia 2 de abril, em Portugal.
A cúpula quer que ele permaneça como uma espécie de “plano B” para o caso de Temer não conseguir viabilizar sua candidatura e desistir de entrar no páreo. Para viabilizar a estratégia, o ministro vai se filiar ao MDB. Se o presidente não recuar, porém, o MDB avalia que Meirelles pode ser vice na chapa.
O ministro nunca escondeu a intenção de concorrer à Presidência, mas enfrentava dificuldades para pôr de pé seu projeto eleitoral. Filiado ao PSD, Meirelles não tem apoio de sua própria legenda – que negocia com o PSDB do governador e presidenciável Geraldo Alckmin – e não obteve garantia de candidatura em partidos menores, como PRB, PSC e PHS.
Continua depois da publicidade
Prováveis substitutos
Na conversa com Temer em que acertou sua saída do Ministério da Fazenda, Meirelles sugeriu ao presidente dois nomes para substitui-lo: o do secretário-executivo da Pasta, Eduardo Guardia, e o do secretário de Acompanhamento Fiscal, Mansueto Almeida. Líder do governo no Senado e presidente nacional do MDB, o senador Romero Jucá (RR), porém, quer emplacar o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, para Fazenda.
Meirelles reconhece que há espaço para negociação da reforma da Previdência
Meirelles: existem diversas contagens sobre Previdência, e são imprecisas