O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, acredita que o Brasil vai sair da crise mais forte do que entrou.
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No final da reunião extraordinária de ministros das Finanças ibero-americanos, que foi realizada nesta segunda-feira em Portugal, ele disse:
– Apesar de ser uma crise grave que afeta fortemente o Brasil, o fato concreto é que as condições favoráveis com que o Brasil atuou nesse contexto e as medidas tomadas fazem com que a expectativa é que o Brasil possa sair dessa crise mais fortalecido do que entrou.
Meirelles comentou as notícias de que a inflação não tem baixado como esperado pelos analistas por causa da crise:
– O fato concreto é que a previsão de inflação feita pelo mercado está caindo de uma forma gradual, refletindo a situação e a evolução da economia brasileira. Naturalmente que todos estamos monitorando isso da forma mais cuidadosa possível e aguardando os efeitos de toda essa conjuntura nos diversos indicadores econômicos do Brasil.
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O encontro de um dia faz parte da Reunião Extraordinária dos ministros de finanças e presidentes de bancos centrais ibero-americanos e tem como objetivo formular uma posição comum de Brasil, Portugal, Espanha e outros países da América de língua espanhola para ser apresentada na reunião do G-20, em abril.
Na reunião realizada no Porto, o tema principal foi a crise internacional.
– A crise está surpreendendo a maior parte dos analistas internacionais pela sua dimensão. É a maior crise desde possivelmente a década de 30 e não chegamos ainda a um ponto em que possamos avaliar de fato as suas consequências. Ela foi gerada em outros países, e o Brasil de uma certa maneira importa essa crise – disse Meirelles.
Segundo o presidente do BC, é na economia americana que serão tomadas as medidas que vão resolver a crise:
– Temos que aguardar agora principalmente as medidas tomadas pelo governo norte-americano visando combater a raiz da crise, que está nos Estados Unidos.
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Para Meirelles, a falta de liquidez internacional está tendo consequências nos países que não dispõem de reservas internacionais – como o Brasil tem – e que não conseguiram recompor os seus créditos à exportação:
– É importante que esses países tenham acesso ao financiamento para que o comércio internacional continue a funcionar.