Produtores de Florianópolis e o coordenador cultural do Teatro Carlos Gomes, em Blumenau, comentaram o falecimento do ator Nico Nicolaiewsky. Conhecido pelo seu bom humor e temperamento leve, Nico se apresentava frequentemente nos teatros de Florianópolis e Blumenau, principalmente com seu espetáculo Tangos e Tragédias – que está em cartaz há 30 anos.
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Leia a seguir os depoimentos:
Ele era maravilhoso. Não tinha tempo ruim com ele. Topava tudo. O que a gente precisasse ele fazia. Ele era uma pessoa fantástica em cima e fora dos palcos. Na verdade, não tem o que falar que o desabone. No meio artístico vai fazer falta.
Sergio Meneghim, produtor cultural de (Florianópolis)
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Tangos e tragédias fez tanto sucesso pela veracidade do texto, que imprimia empatia com o público. Era humor autêntico o que ele fazia.
Eveline Orth, produtora cultural (Florianópolis)
A gente estava conversando nos bastidores e eu estava falando como Blumenau era pequena e ele comentou que as cidades catarinenses eram grandes para o padrão europeu. E disse: É bacana voltar com o mesmo espetáculo anos seguidos e o público nos acompanhar.
Rodrigo Dal Molin, coordenador cultural do Teatro Carlos Gomes (Blumenau)
Ele era um intelectual que lia muito. Falava sobre tudo e com sabedoria. Tinha opiniões contundentes, mas nunca era intransigente. Eu trabalho com ele há 10 anos, no Tangos e Tragédias, e tive o privilégio de trazer o primeiro trabalho dele individual em Florianópolis, o Música de Camelô.
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Luiz Henrique, produtor cultural (Florianópolis)
Hique Gomez, que divide os palcos com Nico há 30 anos no Tangos e Tragédias, informou que está processando a perda do amigo e que vai emitir um comunicado daqui a uns dias. Aproveitou para agradecer por todo o apoio e carinho que está recebendo dos fãs e da imprensa.
Artista esteve em Florianópolis no fim de 2013
O ator, músico, compositor e humorista Nico Nicolaiewsky morreu ontem, aos 56 anos, em Porto Alegre. Ele sofria de leucemia.
Conhecido principalmente pelo personagem Pletskaya do espetáculo Tangos & Tragédias, apresentado em parceria com Hique Gomez e exibido sem interrupções em Porto Alegre desde 1987, Nicolaiewsky participou do lendário Musical Saracura, nos anos1970.
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Com o Saracura, no qual era o responsável pelos teclados e pelo vocal, lançou um LP homônimo, em 1982. A banda misturou influências da MPB tropicalista, do rock e da música regional gaúcha. O Saracura também foi formado por Sílvio Marques (violão), Chaminé (baixo e voz) Gatinha e Fernando Pezão (hoje baterista da banda Papas da Língua).
Além dos álbuns solo e do disco com o Saracura, também lançou o DVD Tangos & Tragédias na Praça da Matriz, lançado em 2007. O espetáculo “sborniano” também originou um longa-metragem de animação, dirigido por Otto Guerra e apresentado pela primeira vez no Festival de Gramado de 2013. O filme está sendo convertido para 3D e deve ser lançado nos cinemas ainda em 2014. Ele era casado com a atriz Márcia do Canto e deixa uma filha, Nina Nicolaiewsky, nascida em 1993.
Gaúcho, viveu 10 anos no Rio de Janeiro, onde estudou com o maestro Hans-Joachim Köellreuter. Gravou dois discos solo, Nico Nicolaiewsky (1996), com valsas e canções líricas, algumas incluídas na trilha do filme Amores (de Domingos Oliveira, 1997) e Onde Está o Amor? (2007), produzido por John Ulhôa, guitarrista do Pato Fu.
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Nico esteve em Florianópolis em outubro do ano passado, para duas apresentações do espetáculo Música de Camelô, em que recriava canções populares. Foram dois shows no Teatro Álvaro de Carvalho (TAC). Na ocasião, em entrevista a repórter Carol Macário, disse que ainda se surpreendia com as risadas do público: “Nunca imaginei que as pessoas iriam rir. Imaginei sim que poderiam sorrir, um pouquinho. Mas a graça é justamente o inusitado.”
>> Veja fotos do ator Nico Nicolaiewsky