A megaoperação da Polícia Federal (PF) deflagrada em Santa Catarina e mais nove estados, nesta quarta-feira (12), apreendeu R$ 2,3 milhões em espécie. Ações que miram uma organização criminosa suspeita de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro resultaram em 28 prisões e no cumprimento de 49 mandados de busca e apreensão. Mais de R$ 150 milhões em bens dos investigados foram sequestrados pelos agentes policiais.

Continua depois da publicidade

Receba notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp

Florianópolis foi a cidade com maior número de mandados de busca, somando 10 ações. A operação ainda teve desdobramentos em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Goiás.

Dos 57 bens de luxo — como veleiros, carros, lanchas e imóveis — apreendidos, 17 estavam na Capital catarinense. O valor total dos itens sequestrados pode superar os R$ 150 milhões. Segundo a PF, ainda restam buscar a matrícula de outros 19 imóveis após a deflagração da operação.

Em Santa Catarina, seis pessoas foram presas preventivamente e uma é considerada foragida. No total seis investigados estão foragidos, e dois deles estão fora do país. A hipótese dos policiais é que esses suspeitos estejam em países europeus.

Continua depois da publicidade

Confira uma das apreensões durante as investigações:

Como funcionava o esquema

Conforme o delegado Nelson Luiz Confortin, a investigação teve início após o grupo alugar um hangar no aeródromo de Porto Belo, no Litoral Norte de Santa Catarina. Com isso, a equipe identificou que a organização criminosa estava atuando no Estado com a lavagem de dinheiro, por meio da compra e construção de imóveis.

Veleiro europeu e importação de droga: como era esquema alvo de megaoperação da PF em SC

Depois, ao longo da apuração, a polícia descobriu que o grupo tinha ligação com outra organização, sediada no Rio de Janeiro e com conexões no Rio Grande do Norte, que fazia a importação de haxixe, com envolvimento de duas grandes facções criminosas, com domínio no estado carioca e em São Paulo

— Essa organização criminosa é muito peculiar porque ela vende toda a espécie de droga, não tem uma que ela tenha uma especialidade. Então vende maconha, vende cocaína, vende sintética e vende haxixe, tanto em pequenas quantidades quanto em grandes quantidades — explica o delegado.

A polícia identificou que o grupo usava de diferentes meios para fazer a venda dos entorpecentes. Um exemplo é o uso de aeronaves para o envio de pequenas quantidades de droga para a Europa. O grupo também fazia a exportação de cocaína para o Uruguai e importação de haxixe.

Continua depois da publicidade

Durante a investigação, a polícia brasileira efetuou sete prisões em flagrante e apreendeu cerca de 65 quilos de cocaína, que estava sendo enviada ao Uruguai, e 225 quilos de skunk, que ira importada do país sul-americano para o Brasil. O grupo também usava de veleiros para o comércio das drogas;

— Esses veleiros vêm da Europa, eles carregam haxixe na costa africana, e acabam desembarcando no Nordeste do Brasil — complementa o delegado.

Veja o balanço da Operação Match Point

Mandados de busca e apreensão cumpridos

  • SC – 10 Florianópolis
  • SP – 4 Campinas, 3 Limeira, 2 São Paulo, 1 Hortolândia, 1 Piracicaba, 1 Sumaré, 1 São Pedro
  • RJ – 8 Rio de Janeiro e 4 Niterói
  • MG – 3 Belo Horizonte, 2 Montes Claros e 1 Contagem
  • BA – 3 Porto Seguro
  • PB – 1 Cabedelo
  • RN – 1 Tibau do Sul e 1 Parnamirim
  • PE – 1 Recife
  • GO – 1 Goiânia

Mandados de prisão preventiva expedidos e cumpridos por estado

  • SC (7) = 6 Presos
  • SP (11) = 7 Presos
  • RJ (6) = 7 Presos (6 iniciais + 1 flagrante)
  • MG (5) = 3 Presos
  • BA (3) = 3 Presos
  • CE (1) = 1 Presos
  • RN (1) = 1 Preso

Continua depois da publicidade

Leia também

Dupla acusada de matar homem é absolvida quase 23 anos depois em Joinville

Rede social que não banir ameaças a escolas pode ser suspensa, diz ministro da Justiça

Incêndio que destruiu Warung começou no bar e não foi criminoso, diz perícia