Mais de 81 réus foram condenados pelos crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo em sentença publicada nesta quinta-feira (7). Com penas que variam de cinco a 35 anos de reclusão, a Operação Maserati II foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) em fevereiro de 2023.
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De acordo com o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), os réus integram uma organização criminosa com divisão de tarefas e são responsáveis por inúmeros crimes. Com mais essas condenações, a segunda fase da Operação Maserati resultou em 108 réus sentenciados.
Segundo as investigações da primeira fase da operação, a intenção da facção era tomar as cidades menores até chegar ao litoral para, assim, “dominar” o Estado.
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Os focos iniciais de expansão do grupo seriam São Miguel do Oeste, Chapecó e Dionísio Cerqueira, pela proximidade com o Paraguai e a Argentina. Joinville também fazia parte dos planos por conta da proximidade com os portos de Santa Catarina, com o estado do Paraná e com a capital, Florianópolis.
Operação Maserati
A operação foi batizada de “Maserati”, em alusão ao nome escolhido pela facção para identificar Santa Catarina. A facção criminosa dava nomes de carros aos estados.
Em todas as fases, a operação teve como objetivo combater uma organização criminosa voltada à prática de tráfico de drogas, crimes patrimoniais e lavagem de dinheiro e que buscava ampliar a atuação no estado catarinense.
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Segundo a investigação, para gerir toda essa atividade criminosa, foram criados cargos e funções, como em uma empresa. Foram identificados cargos específicos para o cadastro de potenciais faccionados, para gerir a venda de drogas e para tratar de assuntos que envolviam todo o sistema prisional, por exemplo.
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No decorrer da investigação foram identificados e presos faccionados em diversas cidades brasileiras, mas que atuavam em Santa Catarina.
Até o momento, a Operação Maserati gerou 251 condenações. Dos réus, 78 foram condenados a penas superiores a 20 anos de prisão; a pena máxima aplicada a um único réu foi de 86 anos, e as penas somadas ultrapassam 4.470 anos. Além da prisão, os réus foram condenados ao pagamento de multas que somam mais de R$ 4,8 milhões.
Relembre as fases da Operação Maserati
Fase 1: Na primeira fase, deflagrada em 25 de fevereiro de 2021, foram cumpridas 279 ordens judiciais, sendo 136 prisões e 143 buscas e apreensões, distribuídas em 45 cidades e seis estados. Também houve a prisão em flagrante de seis pessoas.
A investigação, iniciada em 2020, revelou conexões em atividades criminosas, pela facção, levando à apreensão de uma grande quantidade de drogas. Também foi possível, a partir da deflagração, identificar a autoria de diversos homicídios, roubos e sequestros, consubstanciando materiais probatórios relevantes às atividades investigativas da Polícia Civil catarinense.
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Além disso, as ações penais ajuizadas, em decorrência dos resultados obtidos com a primeira fase, resultaram em 143 condenações: dos denunciados, 75 foram condenados a penas superiores a 20 anos de prisão, e a pena máxima aplicada a um dos investigados foi de 86 anos.
Fase 2: A segunda fase foi deflagrada em 9 de fevereiro de 2023 e foram cumpridos 164 mandados judiciais, 71 de prisão e 93 de busca e apreensão. Cinco pessoas foram presas em flagrante. A fase também teve como alvo faccionados atuantes não só em Santa Catarina, estendendo sua abrangência a 10 estados da federação. Essa fase resultou no ajuizamento de diversas ações penais e na condenação de 108 réus.
Fase 3: Deflagrada no dia 10 de agosto de 2023. Nesta fase, foram cumpridos 52 mandados de busca e apreensão e 36 de prisão. Os alvos eram faccionados que tinham atuação em Santa Catarina. Uma pessoa foi presa em flagrante e foram apreendidos drogas, equipamentos eletrônicos e documentos. As ações penais resultantes estão em fase de instrução processual.
Fase 4: Deflagrada em 1º de fevereiro de 2024. Foram cumpridos 34 mandados de busca e apreensão, que resultaram em uma prisão em flagrante e na apreensão de três armas de fogo, nove munições, 20 celulares, dois computadores, mais de R$ 2 mil em espécie, porções de maconha e cocaína, documentos e um radiocomunicador.
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