O médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, suspeito de abusos sexuais durante tratamentos espirituais, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça de Goiás nesta sexta-feira (14). O pedido foi confirmado pela Secretaria de Segurança Pública de Goiás.
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Um dos advogados que compõem a defesa de João de Deus, Thales Jayme, disse que foi informado sobre o mandado de prisão, mas não tinha recebido o documento até as 12h30min. Ele declarou também que ainda não havia conversado com João de Deus. As informações são do portal G1.
Até esta quinta-feira, a força-tarefa criada pelo Ministério Público de Goiás para apurar as acusações de abusos sexuais contra João de Deus havia recebido 330 mensagens e contatos por telefone de mulheres que afirmam ser vítimas de crimes sexuais praticados pelo médium.
Promotorias de Justiça Criminais do Ministério Público de outros Estados também estão recebendo denúncias e auxiliando o Ministério Público de Goiás na apuração, colhendo os depoimentos das denunciantes que não moram em Goiás. Em Santa Catarina, uma mulher fez contato com o MP estadual e fez uma denúncia contra o médium.
O médium de 76 anos fundou, em 1976, a Casa Dom Inácio de Loyola no município goiano de 12 mil habitantes, a cerca de 110 quilômetros de Brasília e à mesma distância de Goiânia.
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Entenda o caso
As denúncias começaram a vir a público na última sexta-feira (7) quando o programa Conversa com Bial, da TV Globo, divulgou as primeiras denúncias de abuso sexual. A partir daí, outras mulheres que afirmam ser vítimas do médium começaram a procurar as autoridades e a imprensa. Nesta quarta-feira, em sua primeira aparição pública, o médium disse que é inocente e está à disposição da Justiça brasileira.
— Irmãos e minhas queridas irmãs, agradeço a Deus por estar aqui. Quero cumprir a lei brasileira. Estou nas mãos da Justiça. O João de Deus ainda está vivo — declarou o médium ao passar pela Casa Dom Inácio, onde permaneceu por menos de dez minutos antes de sair alegando estar passando mal.