Por quatro dias consecutivos, os alagamentos causados pela maré alta prejudicaram o trânsito em vias de grande circulação em Florianópolis, como Avenida da Saudade, principal acesso ao Norte da Ilha, Gustavo Richard e SC-405, no sentido Sul. Prefeitura e governo do Estado, responsáveis pelos trechos, estudam soluções para evitar que o fenômeno climático resulte em transtornos para a população.
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A Secretaria Estadual da Infraestrutura e Mobilidade (SIE) informou que não tem nenhum projeto em andamento para conter a maré alta na SC-405. Já a prefeitura de Florianópolis, segundo o secretário de Infraestrutura Valter Gallina, estuda um formato de comporta que deve servir para estancar a água quando a maré começar a subir.
— Numa ilha é muito difícil conter a maré alta. Pretendemos ter uma solução até o final deste ano, com essa comporta que fecha quando a maré sobe, mas ainda é um projeto incipiente — comentou, sem adiantar em que locais estas comportas poderiam ser instaladas.
O secretário municipal ainda sugere que o ideal seria elevar a pista nos locais em que o alagamento acontece com mais frequência: na reta da Avenida Saudade e no Trevo da Seta até o Elevado Rio Tavares. Ele admite, porém, a solução é descartada por ser “muito pesada financeiramente”.
Mudanças no trânsito
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Enquanto não se encontra um meio de evitar que a água invada as pistas, a prefeitura busca alternativas para desafogar o trânsito destes pontos em caso de alagamento. Uma delas é a revitalização da Avenida Madre Benvenuta, no bairro Santa Mônica, que poderá ser usada como via alternativa à Avenida da Saudade para acessar o Norte da Ilha pelo bairro Itacorubi.
— Esse projeto já está pronto e temos recursos. A recuperação e requalificação vai custar R$ 5,4 milhões. Será no estilo da Avenida Paulista, com ciclovia na central, dando acesso à Udesc para quem preferir o deslocamento de bicicleta. Se licitarmos até julho, como temos previsto, deve estar concluída para o verão — garante o secretário Valter Gallina.

Semana marcada pelo fenômeno climático
Desde quarta-feira (3), quando iniciou a ressaca do mar, as viaturas da Polícia Rodoviária Militar e da Guarda de Trânsito de Florianópolis estiveram posicionadas nos trechos alagados, com o efetivo acompanhando o tráfego.
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Foram os finais de tarde os horários mais complicados de circulação na Capital. Nos dois primeiros dias, o congestionamento se estendeu por mais de três horas nos pontos de bloqueio, como no Sul da Ilha.
Neste domingo (7), a Guarda Municipal esteve nos mesmos pontos, mas não chegou a atuar pois a maré não subiu o suficiente para causar transtornos. Mesmo assim, a Base Aérea, no Sul da Ilha, ficou liberada para trânsito nos dois sentidos, das 15h às 20h. O desvio foi uma medida “paliativa” encontrada pela prefeitura na última sexta-feira (5) para dar fluidez ao trânsito.
De acordo com a Epagri/Ciram, o fenômeno é provocado pela influência da fase nova da lua em conjunto com o vento Sul, além da forte agitação marítima, com ondas que chegam a cinco metros de altura em alto mar. Para esta semana não há previsão de ressaca. As ondas devem ter pico de 2 a 2,5 metros de altura nesta segunda-feira (8).
Outras cidades afetadas
No Estado, Balneário Camboriú e Itajaí também enfrentaram o problema da maré alta na última semana. Em Itajaí o fenômeno ocorreu durante cinco dias, porém de forma mais estável, segundo a prefeitura. O município informou que as marés fazem parte da rotina da cidade, que se desenvolveu desde quando foi fundada, às margens dos rios.
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“A subida dos rios interfere no trânsito de algumas vias da cidade, no entanto não causa grandes transtornos no fluxo viário, já que a subida das águas, de modo a impedir a passagem de veículos, dura poucos minutos. Ainda assim, o município de Itajaí projeta melhorar a tubulação de drenagem e realizar uma revitalização na principal área de alagamento na encosta do rio Itajaí-Açu na rua Prefeito Paulo Bauer”, informou a prefeitura em nota.
Em Balneário Camboriú, o fenômeno ocorreu neste fim de semana. No final da tarde de sábado (6), as areias da praia Central foram "engolidas" pelo mar em praticamente toda a sua extensão. A reportagem não conseguiu contato com o município para saber se há projetos para evitar transtornos no trânsito causados pela maré.