A Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi) afirmou que as medidas anunciadas hoje pelo Banco Central (BC) e pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para conter a oferta de crédito retiram recursos do sistema financeiro e reduzem prazos de financiamento. Para a associação, as restrições irão “prejudicar diretamente o consumidor, pois será mais difícil comprar a prazo”.

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Para a Acrefi, as medidas induzem uma elevação dos juros para o consumidor, sem que o governo tenha de alterar a taxa Selic.

– Seria necessário, no entanto, que o governo desse a contrapartida do lado fiscal, reduzindo seus gastos, que são o grande indutor da manutenção do juros na economia brasileira – diz a entidade, em nota.

Já o conselheiro da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), o economista Miguel Ribeiro de Oliveira, disse, em nota distribuída à imprensa, que as medidas de aperto ao crédito provocarão redução dos prazos de financiamento e elevação das taxas de juros das operações de crédito.

– Estas medidas anunciadas igualmente na véspera da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) sinalizam que o Banco Central vai manter inalterada a taxa básica de juros (Selic) – afirma Ribeiro de Oliveira.

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De acordo com ele, as medidas referentes à elevação dos compulsórios e majoração do requerimento de capital para operações de crédito a pessoas físicas também provocarão “maior rigor das instituições financeiras na concessão dos financiamentos” e “maior exigência de entrada nos financiamentos de automóveis”.

Para o presidente da Anefac, Andrew Frank Storfer, as medidas vão na direção de conter a inflação via restrição de crédito e de fortalecer as instituições financeiras do país.

– Estas medidas ampliam as alternativas de caminhos para a condução da política monetária e, em conjunto com a redução – ou pelo menos contenção – do gasto público que se traduz no déficit fiscal, poderão permitir que a Selic se mantenha no patamar atual, tanto na semana que vem como nos próximos meses, e que venha até a ser reduzida nos próximos anos – afirma Storfer.