Exatamente um mês após serem encontrados desmaiados em um apartamento e levados às pressas para o hospital, os dois médicos venezuelanos que vivem em São Joaquim, na Serra Catarinense, voltaram ao trabalho. Alejandro Tortolero, de 32 anos, e Olga Sanchez, 28, se recuperam bem da intoxicação de gás que sofreram e retomaram o atendimento à população na última quarta-feira.

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Alejandro e Olga são casados e chegaram a São Joaquim em novembro do ano passado por meio do programa Mais Médicos, do governo federal. Ele passou a atuar no posto de saúde do Bairro Madre Paulina e, ela, na localidade de Pradinho.

Os dois se adaptaram bem à região e passaram a conviver normalmente com os moradores locais, até que na manhã do dia 19 de fevereiro, uma quarta-feira, nenhum dos dois apareceu para trabalhar.

Colegas de Olga telefonaram para ela, estranharam o tom de voz e resolveram ir até o apartamento do casal, no Centro de São Joaquim. Ao chegarem, avistaram o casal caído na sala e acionaram os bombeiros e o Samu. A porta foi aberta com uma chave reserva do proprietário do prédio e o casal foi imediatamente socorrido.

Olga estava desorientada e em estado de choque e foi conduzida ao Hospital de Caridade Sagrado Coração de Jesus, em São Joaquim. Alejandro estava inconsciente e com a pulsação bastante baixa e foi para o Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, em Lages, a 80 quilômetros.

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Olga continuou internada por mais três dias e foi liberada, mas Alejandro precisou ser transferido para o Hospital Regional de São José, na Grande Florianópolis, onde permaneceu por mais alguns dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Familiares do casal vieram da Venezuela para acompanhar o tratamento.

A secretária municipal da Saúde de São Joaquim, Francine Matos de Moraes, diz que Alejandro e Olga se recuperam bem, não apresentam sequelas neurológicas e retornaram ao trabalho na quarta-feira. Alejandro, inclusive, recebeu uma festinha surpresa por ter feito aniversário na segunda.

Casal não pode dar entrevista e polícia acredita em acidente doméstico

Como estão no Brasil a serviço do governo federal, Alejandro e Olga foram orientados pelo Ministério da Saúde a não conceder entrevistas sobre o episódio, pelo menos até a conclusão das investigações por parte da Polícia Civil.

O delegado Diego Azevedo adianta, porém, que os venezuelanos provavelmente foram vítimas de intoxicação por gás de cozinha no apartamento onde moravam. A própria Olga comentou com os médicos que a atenderam no hospital de São Joaquim que havia sentido forte cheiro de gás alguns dias antes.

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O delegado diz ainda que não há nenhum indício de crime, e a hipótese mais provável é de que o vazamento tenha ocorrido por acidente.