Cerca de 18 postos de saúde ficaram sem atendimento médico por conta da participação dos profissionais em Assembleia, nesta tarde de terça-feira. O Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina (Simesc) que esteve reunido com o prefeito de Florianópolis, César Souza Junior, para discutir a retirada de um desconto na gratificação dos médicos do Programa Estratégia Saúde da Família (PSF).
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Segundo a Secretaria de Saúde de Florianópolis 64% dos médicos mantiveram o atendimento nos centros de saúde. Das 48 unidades, 18 ficaram sem médicos, mas mantiveram o acolhimento das equipes de enfermagem. As consultas foram reagendadas.
De acordo com o Simesc, cerca de 120 médicos deixaram as unidade de saúde em Florianópolis para participar da Assembleia. As UPAS mantiveram o atendimento normal. Em reunião com o prefeito, foi debatido o desconto praticado na gratificação do Programa Estratégia da Saúde da Família (PSF), que chega a aproximadamente R$ 2 mil.
Segundo o sindicato a Prefeitura de Florianópolis pediu que os profissionais aguardem até 1º de abril quando a gestão municipal terá uma projeção da arrecadação de 2015 e poderá então avaliar a possibilidade de extinguir o desconto na folha de pagamento. Uma proposta deve ser apresentada na primeira quinzena de abril.
Em nota a Prefeitura informou que a judicialização do reajuste do IPTU no ano passado atrasou a solução do impasse com os médicos. O impacto da desoneração dos salários da categoria será de R$ 34 milhões ao ano – o dobro do custo anual para o município previsto para o funcionamento da UPA Continente.
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O atendimento médico retorna a normalidade a partir desta quarta-feira.
Manifestações
Em 2012 os médicos realizaram várias manifestações e suspensões de atendimento em busca do fim do desconto. Um projeto de lei que suspenderia o desconto foi encaminhado para a Câmara de Vereadores, mas não foi aprovado.
Segundo o Simesc em junho do ano passado o prefeito publicou em Diário Oficial que até o dia 31 de agosto de 2014 seria criado um grupo de trabalho para discutir o assunto, porém a proposta não teria avançado. O presidente do Simesc, Cyro Soncini, observa que muitos profissionais têm desistido de trabalhar na Capital. Segundo ele, desde agosto no ano passado já houve mais de 21 exonerações e dos 62 chamados em concurso público, 32 desistiram.