Assim como mais de duas mil pessoas em São Paulo (SP), 100 em Florianópolis, entre outras manifestações que aconteceram em 19 estados do Brasil, cerca de 70 profissionais de saúde se reuniram na tarde desta quarta-feira em Criciúma, no Sul do Estado. Os manifestantes se concentraram em frente ao Paço Municipal às 15h30min e protestaram por cerca de uma hora. Em seguida, representantes da manifestação partiram para uma reunião com Geovânia de Sá, secretária de Saúde do município. Ela acredita que as reivindicações são problemas cuja solução compete à esfera Federal.
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– O que nós podemos fazer é pedir aos médicos que façam um bom atendimento à população, como eu já coloquei, cumprimento da carga horária. E vamos ver mais o que eles querem que o município faça. Mas realmente a manifestação é voltada ao Governo Federal – apontou Sá.
A categoria se uniu por mudanças na saúde pública e também por indignação com o sistema atual. Além da busca por melhorias, uma das principais motivações é a vinda de médicos estrangeiros para atuar no Brasil sem a revalidação do diploma profissional. O Governo propôs a criação de programas de autorização para que médicos formados fora do país atuem na atenção básica, principalmente em cidades pequenas, onde faltam profissionais.
A classe pede também por melhorias como o Saúde + 10, que propõe um projeto de lei que destina 10% do PIB nacional para a saúde pública, o reajuste da Tabela SUS, a PEC 454, o Revalida Sim, que é uma prova aplicada aos médicos do exterior, para testar suas aptidões e capacidade de atuar no país, a regulamentação da profissão médica, entre outras questões.
– Nós temos um conselho muito atuante e rígido. Nós não trabalhamos livres, somos muito cobrados. E eles (o Governo), não vão ser? – questionou Luiz Augusto Borba, presidente do Sindicato dos Médicos do Sul do Estado.
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Ricardo Martins, presidente da Regional Médica da Zona Carbonífera, aponta que a classe médica da região também busca melhorias no plano de cargos e salários, mais qualidade no setor de serviço público e abertura de concurso com oferta de salários dignos.
– O nosso maior problema não está relacionado à falta de médico, mas sim relacionado principalmente à infraestrutura física, pra que os médicos possam trabalhar – acredita o estudante Diego Barbosa Simeano, estudante.