A diretora clínica da Maternidade Carmela Dutra, em Florianópolis, encaminhou na segunda-feira (1º) um documento à Secretaria de Estado da Saúde (SES) pedindo que a unidade deixe de ser referência para atendimento de gestantes com Covid-19. Segundo Andréa Antunes Caldeira de Andrade Ferreira, o local não tem capacidade técnica para atender pacientes com a doença. Assim, há risco de que essas pessoas tenham um agravamento rápido do quadro de saúde e óbito, alega Andréa.
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A reportagem questionou a Secretaria Estado da Saúde sobre a questão. Segundo a SES, o texto não é um documento oficial da Direção da Maternidade Carmela Dutra e que o mesmo foi enviado sem a legitimidade necessária junto à Direção Geral da unidade.
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Além da SES, o documento tem como destinatários a gerência técnica e a direção geral da Maternidade, a Superintendência dos hospitais públicos e o Serviço de Regulação Estadual de Leitos de SC.
“Solicitamos encarecidamente que a Maternidade Carmela Dutra deixe de ser referência para gestantes com Covid, pois não tem capacidade técnica para atendimento desta demanda, com risco de agravamento rápido e óbito destas pacientes (pois não temos condições nem de estabilizá-las enquanto aguardam vagas para outras unidades”, diz o documento.
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No documento, que fala em nome dos médicos obstetras da maternidade, é destacado que o hospital não dispõe de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nem semi-intensiva para adultos. Faltam também, segundo os profissionais, equipamentos para internação de doentes com Covid-19.
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“Nossa unidade não dispõe de Unidade de Terapia Intensiva para Adultos, nem semi-intensiva e nem qualquer tipo de leito (nem profissionais) que atendam esse tipo de demanda (pacientes com doenças clínicas ou respiratórias graves) Também não temos unidades equipadas para o atendimento destas pacientes, como suporte ventilatório, rede de oxigênio, etc”, diz um trecho do documento.
A unidade tinha apenas um dos dez leitos de UTI neonatal disponível na noite desta segunda-feira (1º). Os dados são do painel de leitos SUS, atualizado pela SES. A alta ocupação de pacientes também é uma das reclamações do grupo.
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Segundo eles, a maternidade tem operado quase que 100% do tempo no limite se suas possibilidades. Faltas pontuais de medicamentos e insumos também foram registradas, de acordo com o documento.
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